A Grécia está melhor ou pior que a Argentina
Dois economistas do Bank of America, num texto publicado no Vox, comparam a crise Argentina na viragem do século e a actual situação grega.
As semelhanças são notáveis. As diferenças consistem essencialmente na
menor capacidade de ajustamento que decorre de participar numa união
monetária, sem margem para desvalorizar ou permitir inflação. Os
norte-americanos, que conhecem bem o caso grego, vinca ainda a
importância das instituições reconhecerem os erros nas estratégias
adoptadas o quando antes. Além disso estamos a Ler:
2. Na crise, a Alemanha beneficiou das políticas expansionistas da China, EUA e Japão, escreve professor turco (VOX)
3. Um bom apanhado das negociações e conversas sobre a crise europeia (Bloomberg)
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Governador espanhol é “pimpampum do PP”
56 penosos dias separam Miguel Ordonez do fim do seu mandato. Isto se os conseguir aguentar, escreveu o El País numa peça que já tem uns dias, mas que descreve bem como o governador do banco central do país vizinho caiu em desgraça. Os problemas no Bankia foram a gota de água num mandato que fica marcado pela incapacidade de reforma do sistema financeiro do País. O destino (e a política) é especialmente traiçoeiro para Ordonez que, no início da crise, até recebia elogios pela reforma regulatória encetada anos antes. É também um aviso para os seus colegas da banca central. Se as coisas correrem mal, os políticos não vão desculpar, vão aproveitar. Além disso, estamos também a ler:
2. Raghuram Rajan defende que os argumentos pelos estímulos ao crescimento tem muitas falhas (Greg Mankiw)
3. Os gregos são racionais? Bini Smaghi disse que sim. O'Rourke e Krugman acham que não é bem assim (Conscience of a Liberal)
O bom, o mau e o urgente no primeiro ano de troika
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Rasmus Ruffer (BCE), Jurgen Kroeger (Comissão) e Poul Thomsen (FMI) na primeira avaliação à execução do programa de ajustamento em Agosto do ano passado Fonte: Bruno Simão/Negócios
Faz hoje um ano sobre sobre a aprovação do memorando de entendimento.
Quem quiser acompanhar a execução do programa pode gostar de dar um salto à “Nova Economics Club“, da Universidade Nova, onde os professores Paulo Leiria, Pedro Pita Barros, Susana Peralta, e Nuno Garoupa coordenam os alunos do mestrado em Economia na realização de avaliações sectoriais. Divulgaram hoje relatórios de avaliação sobre mercado de trabalho, habitação e justiça.
Aqui pelo Negócios, publicámos hoje um balanço, explicando como a crise grega e o aumento do desemprego entrarão na quarta revisão do programa (que começa na terça-feira) e elegendo “o bom”, “o mau” e “o urgente” do primeiro ano de troika. Aqui ficam as 15 dimensões que destacámos:
Desemprego sobe e continuará a subir
A taxa de desemprego em Portugal apresentou um novo recorde: 14,9%. Rui Bernardes Serra, do Montepio, diz que evolução está em linha com o forte agravemento da situação económica e do mercado de trabalho, esperando que o desemprego continue a aumentar ao longo deste ano. Evidencia também o aumento do número de desempregados desencorajados (que não procuram emprego) nas crises que passam a ser considerados inactivos. Paula Carvalho, do BPI, frisa a forte destruição de emprego no último ano, mas também o crescimento do número de inactivos. Bárbara Marques, do Millennium bcp, também salienta o aumento dos inactivos e chama a atenção para a aposta da utilização de verbas do QREN no combate ao desemprego.
Nota do editor: No “Reacção dos Economistas” pode ler, sem edição do Negócios, a análise aos principais indicadores económicos pelos gabinetes de estudos do Montepio, Millennium bcp, BPI e NECEP (Universidade Católica), isto sem prejuízo de outras contribuições menos regulares. Esta é parte da “matéria-prima” com que o Negócios trabalha e que agora fica também ao seu dispor.