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Rui Peres Jorge

Sobre Rui Peres Jorge

Rui Peres Jorge é jornalista da secção de Economia do Negócios e editor do “massa monetária”. Começou no Semanário Económico em 2002. É mestre em Economia Monetária e Financeira pelo ISEG e pós-graduado em Contabilidade Pública, Finanças Públicas e Gestão Orçamental pelo IDEFE/ISEG, duas das suas áreas de especialização em jornalismo. Conta com cursos de formação em jornalismo económico na Universidade de Columbia em Nova Iorque (Citi Journalistic Excellence Award, 2009) e em jornalismo no Committee of Concerned Journalists em Washington (Bolsa da FLAD, 2010). Ganhou vários prémios na sua área de especialização. Lecciona a cadeira de Jornalismo Económico na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica. Nasceu em 1977 e vive em Lisboa.

Draghi em entrevista para alemão ler

30/10/2012
Colocado por: Rui Peres Jorge

 

Mario Draghi à esquerda com Norbert Lammert, president of the Bundestag, em frente ao Reichstag, o Parlamento alemão, que o Presidente do BCE visitou a semana passada Fonte: Michele Tantussi/Bloomberg 

 

Mario Draghi, o presidente do BCE, não dá muitas entrevistas. Esta semana foi uma rara oportunidade de o ler nesse registo. Sem surpresa, a entrevista foi concedida a uma revista alemã (Der Spiegel) e é, pelas perguntas e respostas, uma conversa para “alemão ler”: está lá o receio da inflação, o controlo sobre o desregramento orçamental do Sul, os riscos para a independência do BCE do novo programa de compra de obrigações, os embates com Weidmann (o presidente do Bundesbank), as taxas de juro baixas demais na Alemanha, e até o quanto Draghi gosta de passear nos museus de Frankfurt. Escolhemos aqui algumas passagens que podem ser relevantes para Portugal.

Finanças respondem ao Massa Monetária sobre contas do OE 2013

29/10/2012
Colocado por: Rui Peres Jorge

Num “post” publicado a 18 de Outubro no Massa Monetária argumentou-se que as contas apresentas pelo Governo no Orçamento não batiam bem. Face aos planos dados a conhecer em Setembro,haveria impostos a mais e despesa a menos. As conclusões decorriam da análise de documento oficiais. A história acabou por ser desenvolvida com recurso a fontes adicionais na edição de 23 de Outubro, dando conta de um recuo do Governo nos planos de cortes de despesa. Questionado a 22 de Outubro à tarde, a resposta das Finanças chegou no dia 24. A mesma nota comenta o post do massa monetária. Aqui fica a posição das Finanças e três comentários finais.

O silêncio português e a escolha de vencedores na Europa

23/10/2012
Colocado por: Rui Peres Jorge

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Francois Hollande,presidente francês (esquerda), Mario Monti, primeiro ministro italiano (centro) e Enda Kenny, primeiro ministro irlandês na Cimeira da semana passada. Fonte: Jock Fistick/Bloomberg

 

Ao contrário de Portugal e Espanha, a Irlanda poderá vir beneficiar de recapitalização retroactiva dos seus bancos, depois de receber o apoio da Alemanha e da França. É um caso especial diz o eixo-franco alemão para gáudio irlandês como descreve o Público. A posição chega poucas semanas deppois de se saber que, em nome da transmissão da política monetária, o BCE poderá comprar obrigações de Espanha e Itália, mas não de Portugal e Irlanda. E em todo caso provavelmente antes de Irlanda do que de Portugal. No meio disto, o Governo português permanece em silêncio em Portugal e pelo vistos nas próprias negociações. Fica por perceber se a Europa escolhe vencedores na luta contra a crise (como afirma um responsável irlandês) como o faz. e qual a estratégia nacional. Além disso, estamos também a ler: 

OE não bate certo: há impostos a mais e corte de despesa a menos

18/10/2012
Colocado por: Rui Peres Jorge

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Num mês o Governo apresentou três versões diferentes do pacote de ajustamento orçamental para 2013: uma no início de Setembro enviada a investidores; uma segunda a 3 de Outubro após o recuo da TSU; e a última a 15 de Outubro com o Orçamento do Estado. Entre o plano acordado com a troika em Setembro e a actual versão há mais 600 milhões de euros de austeridade. Um aumento de 9,6% sem explicação evidente. Por exemplo, entre as duas últimas versões (ambas já em Outubro e sem “o problema” da TSU), apareceram mais 300 milhões de euros nas contas dos sacrifícios pedidos aos portugueses.

 

Talvez ainda mais interessante para analisar o espectáculo mediático e político sobre despesa e impostos que se montou nos últimos dias na coligação governamental, seja o facto de, com as alterações introduzidas o Governo ter desistido de cortar centenas de milhões de euros na despesa pública, carregando no aumento da carga fiscal, como se resume no gráfico.

Gaspar meteu os pés pelas mãos nos multiplicadores do FMI?

16/10/2012
Colocado por: Rui Peres Jorge

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Christine Lagarde, em Tóquio, nas reuniões anuais do FMI Fonte:Tomohiro Ohsumi/Bloomberg
 

 

Continua a polémica em torno dos multiplicadores orçamentais a partir das conclusões do FMI que apontam para que, no actual contexto, a austeridade roube mais ao crescimento do que se pensava – ou pelo menos do que o FMI pensava. As declarações desta semana do ministro das Finanças na apresentação do Orçamento do Estado foram ricas para alimentar o debate. A análise às declarações do ministro não lhe são favoráveis. Gaspar tem razão em defender que o FMI não advogou um alívio da austeridade em Portugal, mas falha em quase tudo o resto. O FMI defende que já suavizou as metas em Portugal nesta revisão (em linha com as conclusões a que chegou) e considera que os novos resultados moldam as suas recomendações (não não foi Paul Krugman a abusar de Olivier Blanchard e Lagarde).