Procura externa abranda, mas economia continua a recuperar
Segundo publicou hoje o INE, a economia portuguesa continua em contracção face a 2012, mas voltou a registar um crescimento em cadeia entre Julho e Setembro (0,2%).
Para Rui Bernardes Serra, economista chefe do Montepio, “apesar desta
estimativa do INE ter ficado aquém das nossas expetativas, continuamos a
considerar que, de um modo geral, os sinais das nossas estimativas
estão corretos”, continuando a apostar numa quebra de 1,6% do PIB para
este ano. Ligeiramente abaixo da previsão do Governo (-1,8%). Os
economistas do NECEP da Universidade Católica não têm dúvidas: “De
facto, os sinais positivos são inequívocos.” Já Filipe Garcia, do IMF,
avisa que os riscos nos próximos trimestres estão relacionados “com a
aplicação do Orçamento 2014, com ou sem alterações que decorram do
Tribunal Constitucional, que pode influenciar negativamente a procura
interna”.
Afinal, as notícias do emprego são boas ou más?
Durante vários trimestres consecutivos a narrativa do
emprego era fácil de contar. A taxa de desemprego explodia, acompanhada por um ritmo
de destruição de postos de trabalho muito mais rápido do que o Governo e a
troika tinham antecipado. No entanto, nos últimos dois trimestres, os números
do emprego revelaram-se mais complexos, contando duas histórias quase antagónicas:
uma em cadeia e outra homóloga. A primeira convence-nos que se iniciou um ciclo
de inversão do mercado de trabalho; a segunda aponta para um cenário muito
negativo, com emigrantes e desencorajados a desempenharem um papel decisivo no
mercado de trabalho. Segue a explicação de ambas.
O que vai acontecer ao défice externo quando a economia recuperar?
Dependência da exportações de combustíveis pode ser enganador. Fonte: Bloomberg
Um aviso prévio: não tenho resposta para a pergunta do título. Mas a
existência da questão já é motivo de debate. Os muito elogiados avanços
conseguidos nos últimos anos no equilíbrio da balança corrente
portuguesa têm sido conseguidos através do crescimento das exportações,
mas também de uma queda acentuada das importações, esta última motivada
pela depressão do mercado interno. Alguns economistas têm alertado para
um possível retrocesso nesses progressos assim que o consumo e o
investimento voltarem a mexer o dedo do pé e a economia recuperar.
Matemática ou política económica: quando Roosevelt conheceu Keynes
Keynes (à direita) não ficou impressionado com os conhecimentos económicos de FDR
Apesar de terem trocado elogios na imprensa, o economista britânico e o Presidente dos Estados Unidos não tiveram um primeiro frente-a-frente agradável. Entre as críticas mais curiosas feitas por Franklin D. Roosevelt está que John M. Keynes “deve ser matemático e não um economista político.”
A descrição é feita no livro “The Roosevelt I Knew”, da secretária do Trabalho de FDR, Frances Perkins, lembrada há poucos dias por Eric Rauchway, professor do Departamento de História da Universidade da Califórnia. Perkins lembra o primeiro encontro entre os dois, em 1934:
Roosevelt disse-me depois, “eu estive com o teu amigo Keynes. Ele despejou uma confusão de números. Deve ser matemático e não um economista político.
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Vítor Gaspar precisa de ter uma conversa com Assunção Cristas
Terá Cristas tramado Gaspar? Fonte: Negócios.
O Governo parece ter um problema com o clima português. Esta manhã, em resposta a uma pergunta de Pedro Marques do PS, o ministro das Finanças justificou os maus resultados do investimento no primeiro trimestre, em parte, com “condições meteorológicas” difíceis que terão prejudicado o sector da construção. “Naturalmente é muito preocupante, sendo no entanto que o investimento no primeiro trimestre foi adversamente afectado pelas condições meteorológicas no início do ano, que afectaram a actividade da construção”, afirmou Vítor Gaspar.
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