Fonte: Mário Proença, Bloomberg
A meta inicial do Governo, que se propunha completar a avaliação geral até ao final do ano, já ficou para trás e esta semana foram as próprias Finanças que o admitiram ao Negócios. A derrapagem já é oficial e tem até o beneplácito da troika, com a qual Vítor Gaspar conseguiu negociar um adiamento até ao final do primeiro trimestre de 2013.
Foi um esforço “hercúleo”, assegura Paulo Núncio, e no final do ano, a confirmarem-se as estimativas, estará concluída a avaliação de 82% do total de imóveis que ainda não tinham sido reavaliados à luz do código do IMI. O esforço foi de tal ordem que, dizem os peritos avaliadores no terreno, nos serviços de Finanças espelhados por todo o País o acompanhamento foi feito ao milímetro e a pressão para o trabalho avançar é praticamente diária. E intensa.
De Lisboa terá mesmo chegado um pedido de socorro: senhores chefes de Finanças, por favor sensibilizem os padres para que estes, por sua vez, chamem a atenção aos seus paroquianos e os informem de que a avaliação geral merece a atenção de todos. O pedido lá terá a sua razão de ser. Afinal, a colaboração dos proprietários tornou-se, em muitos casos, uma peça fundamental, já que as câmaras municipais não dispõem dos dados necessários, como sejam, as plantas dos prédios, sendo precisas deslocações ao local para fazer as medições dos imóveis. E não faltam relatos de peritos que foram mal recebidos e que só por uma unha negra se livraram de agressões.
Até ao final do ano, o Fisco estima ter conseguido avaliar quatro milhões de imóveis. Se assim for, transitam para 2013 mais 900 mil. E esses são os mais difíceis, os mais antigos – que foram sendo deixados para o fim pelos peritos avaliadores – e aqueles em relação aos quais há menos elementos disponíveis, o que torna a reavaliação mais difícil e morosa. Por isso, todas as contribuições serão bem vindas. Incluindo as dos padres.
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