Os números são indicativos sobre a postura da banca sempre que lhe passa pelas mãos alguma operação financeira que possa apresentar aspectos suspeitos de envolver branqueamento de capitais. O Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) acredita que as entidades financeiras estão mais pro-activas e mostra as estatísticas: Este ano, até ao final de Junho, foram realizadas 992 denúncias, mais 20% do que as contabilizadas no mesmo período de 2011.
Contas feitas, porém, não chegam a ser meia dúzia por dia, em média. E representam, certamente, uma ínfima parte do número de operações realizadas todos os dias pela banca e por outras entidades financeiras.
Por outro lado, se compararmos com os resultados de todo o 2011, verificamos que, a manter-se este ritmo, no final do ano teremos menos de metade das comunicações: no ano passado, entre Janeiro e Dezembro, foram registadas cerca de 4.000, mais 75% que em 2010.
Os bancos estão menos cuidadosos? Ou são os clientes que prevaricam menos ou, ainda, que têm mais cuidado da forma como dissimulam eventuais situações criminosas?
Para já, uma coisa é certa: os montantes envolvidos, esses continuam a registar valores significativos e, até agora, foram já congelados 14 milhões de euros na sequência destas denúncias, quase metade do total de 2011 e apesar de o ritmo de novos processos, a manter-se assim, vir a ser, no final do ano, inferior ao do ano passado.
Significa isto que há mais dinheiro a ser detectado nos canais ilegais? Só os resultados finais das investigações o poderá dizer. Para já, sabe-se que das 992 participações, 60 estão neste momento a ser investigadas no âmbito de um processo crime. Há mais 228 que foram entretanto arquivadas e as restantes estão ainda em fase de triagem.
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