Stark lembra a Portugal: vocês é que pediram ajuda!
Fonte: Jerome Favre/Bloomberg
Em pleno processo negociação de um pacote de resgate, Jurgen Stark falou aos portugueses numa oportuna entrevista concedida a Sérgio Aníbal no Público. O que se lê deve deixar Lisboa em sobressalto: Stark não mostra qualquer sinal de aceitação dos argumentos e receios que se ouvem no Sul da Europa (e não só) de que os planos de austeridade podem ser exagerados (especialmente depois do exemplo grego), de que o problema também foi criado pelos países do Norte da Europa, ou de uma reestruturação da dívida poderá ser desejável. “Esta é a única saída e é, reconheço, dolorosa”, sintetiza.
Olli Rehn: “Com o programa português, contivemos o problema”
O Comissário Europeu dos Assuntos Monetários e Financeiros foi a Washington no final da semana para defender a estratégia europeia, afirmando que com “o programa português contivemos o problema”. Missão cumprida, atreveu-se a dizer, depois de ter afirmado que ainda não o podia fazer. A turbulência do final da semana e início faz no entanto temer pelo optimismo de Rehn.
Pedro Lains: “Curiosidade estrangeiras”
Nota do editor: Pedro Lains, professor no ICS e bloguer, entre outros, em Pedro Lains, aceitou o convite do massa monetária e, até ao final de Abril, publicará os seus posts também nesta casa.
1. Segundo li num artigo de opinião do WSJ de ontem, a Grécia está a ferro e fogo. Há vilas com barricadas, há gente que destrói máquinas de pagamentos, que não paga portagens. A esquerda radical está ao rubro. E chega a haver mortes por causa dos distúrbios. O governo, ao que parece, não consegue impor as medidas necessárias para os cortes.
A flexissegurança funcionou durante a crise?
1. Grécia vai vender activos e cortar despesa, mas não vai reestrurar (Bloomberg)
2. Afinal, os chineses não vão investir 9 mil milhões nas “cajas” (El País)
3. China cresce e aquece (Financial Times)
4. A flexissegurança funcionou durante a crise? (Vox)
5. O resgate não democrático de Portugal (New York Times)
Reestruturar ou não reestruturar
Os últimos desenvolvimentos da crise estão a conduzir o debate económico para um ponto de alguma raridade. Cada vez mais economistas de esquerda e direita alinham no diagnóstico de que Portugal terá de reestruturar a sua dívida, valendo mais fazê-lo cedo do que tarde. Esta confluência de posições está a deixar muitos responsáveis políticos e económicos do euro numa posição desconfortável, pois empurra-os contra um cenário temível: quais seriam os efeitos de contágio que uma decisão de reestruturação ou renegociação de dívida num país da Zona Euro poderá ter na União Monetária? “Uma caixa de Pandora”, descrevia ontem um quadro técnico do Estado ao Negócios. “É apenas adiar o inadiável”, diz Rodrigo Olivares-Caminal, especialista internacional em incumprimentos soberanos.