Taxa de desemprego jovem
Taxa de desocupação dos jovens: sem emprego e sem estar em processo de aprendizagem
Fonte: Financial Times, OCDE
A Europa anda assustada com os níveis a que chegou o desemprego jovem e tem motivos para isso. As taxas de desemprego jovem têm vindo a subir de forma acentuada, ultrapassando a fasquia dos 50% em países como a Grécia ou Espanha. Em Portugal, a taxa de desemprego jovem passou de quase 20%, em 2007, para cerca de 37% no final do primeiro trimestre de 2012.
Significa isto que mais de um em cada três jovens portugueses está desempregado? Não. Significa antes que um em cada três jovens que procuram emprego (e que não estão a estudar ou em formação) não o conseguem obter. Uma grande parte está a estudar ou em processo de formação profissional.
Há um indicador complementar para o qual a edição de hoje do Financial Times chama a atenção, que altera o numerador e denominador deste rácio e que a língua inglesa designa como “Neets: not in employment, education or training”. Este rácio dá-nos a proporção da população com menos de 25 anos que não está empregada nem em processo formal de aprendizagem.
Segundo os números da OCDE divulgados no mesmo jornal, essa taxa de desocupação (chamemos-lhes assim, por simplificação) é significativamente mais baixa do que a taxa de desemprego. Assim, se é verdade que metade dos jovens gregos que procuram emprego não o conseguem obter, também é verdade que de todos os gregos com menos de 25 anos, apenas 17% estão sem fazer “nada”. Pouco mais de metade destes 17% não conseguem encontrar emprego, enquanto os restantes nem sequer estão a tentar arranjá-lo. As conclusões seriam idênticas para Espanha, apesar daí o número dos que nem procuram emprego seja bastante menor.
E em Portugal? O nosso país, que tem a terceira taxa de desemprego mais elevada, passa para a oitava posição quando o indicador diz respeito à desocupação dos jovens. Conclui-se que cerca de 13% dos jovens não estão a fazer “nada” – no sentido económico restrito, ou seja não trabalham nem estudam –, grupo que se subdivide do seguinte modo: cerca de 8% dos portugueses com menos de 25 anos não estudam e procuram emprego sem sucesso; e os restantes 5% que não trabalham nem procuram emprego (porque não querem, não podem, não conseguem, etc…) e também não estudam.
Fica no entanto uma pergunta no ar à qual estes dados não respondem: quantos dos jovens que estão a estudar ou em formação profissional não preferiam estar antes a trabalhar?
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