Arquivo mensal: Janeiro 2011

Portugal pode ter escapado à contracção no 4Tri. 2010

31/01/2011
Colocado por: massamonetaria

Nota do editor: No “Reacção dos Economistas” pode ler, sem edição do Negócios, a análise aos principais indicadores económicos pelos gabinetes de estudos do Montepio, Millennium BCP, BPI e NECEP (Universidade Católica), isto sem prejuízo de outras contribuições menos regulares. Esta é parte da “matéria-prima” com que o Negócios trabalha e que agora fica também ao seu dispor.  

 

Os indicadores de produção industrial e vendas a retalho divulgados hoje pelo INE permitem esperar que Portugal tenha escapado à contracção do PIB no último trimestre do ano passado. Essa é pelo menos a leitura e expectativa de José Miguel Moreira, do departamento de estudos do Montepio.

Miguel Morgado: “Corta”


Colocado por: massamonetaria

Nota do editor: Miguel Morgado, de “O Cachimbo de Magritte”, aceitou o convite do massa monetária e, até ao final de Fevereiro, publicará os seus posts também nesta casa.

 

Multiplicam-se as notícias de que os cortes salariais e o congelamento de carreiras no sector público não estão a ser cumpridos. Recordo que algo de muito semelhante ocorreu na Irlanda no ano passado. Existe uma grande diferença entre anunciar cortes e congelamentos, e depois executá-los. A assimetria de injustiça que irá crescer – de um lado, os que cumprem à risca, e do outro, os que graças a dotes inexplicáveis escapam ilesos – terá consequências. Não sei quem é ficará a rir no fim. E estaremos cá para ver os resultados na contenção da despesa. O mais provável é o movimento do costume: o crescimento da receita fiscal justificará o júbilo de governantes e jornalistas patrióticos. Mais nada.

 

Miguel Morgado, O Cachimbo de Magritte 

Passos Coelho em contra-mão com o FMI?


Colocado por: Elisabete Miranda

Teresa Ter-Minassian repete por várias vezes que não tem trocado opiniões sobre Portugal com os seus colegas e ex-colegas do FMI. Que fala apenas a título pessoal, e nada mais. Mas quando se passou 37 anos a trabalhar no Fundo Monetário Internacional, vários deles como directora do departamento de Assuntos Orçamentais, a sua opinião ajuda a perceber o tipo raciocínio económico que domina a instituição.

 

Na entrevista que dá hoje ao Negócios, a economista elogia as medidas de consolidação orçamental do Governo e vê uma ajuda internacional, do FMI e da UE, apenas como um reforço para credibilizar o pacote de ajustamento. Mas… apesar de o essencial estar feito, há ainda margem para a adopção de algumas medidas mais (Teresa Ter-Minassian não diz que elas serão indispensáveis, mas o FMI sim).

 

Então e que medidas poderão ser essas?

A China pode estar a causar as revoltas nos países árabes


Colocado por: massamonetaria

1. O fim do excedente comercial chinês não chega sem riscos (Project Syndicate)

 

2. Será que é a China que está a causar as revoltas nos países arabes? Krugman acerca da subida dos preços dos alimentos (Conscience of a Liberal)

 

3. Sair do euro, pergunta Vítor Bento (Sedes)

 

4. À procura de empresas com défices crónicos e com alternativas no privado. Não está fácil. (Relatório anual do Sector Empresarial do Estado)  

E se Keynes nascer três vezes


Colocado por: Rui Peres Jorge

Entre o final de 2008 e o início de 2009, com a economia mundial a afundar vertiginosamente, assistimos ao segundo nascimento de Keynes, economista praticamente proscrito desde a década de 70. Nesse período, o homem cujas ideias salvaram o mundo da grande depressão dos anos 30, voltou à ribalta, para gáudio de uns e desconfiança de outros e o mundo voltou a ouvir falar sobre a “Teoria Geral do Emprego, do Juro e da  Moeda“.

 

Mas esses são tempo que já lá vão. Afastado o risco de depressão económica, os mercados financeiros começaram a acusar (e a aproveitar) as fragilidades nascidas no aumento do peso da dívida pública um pouco por todo o mundo. A ênfase no estímulo da procura agregada foi rapidamente substituida pela urgência de politicas de austeridade. 

 

Foi a segunda certidão de óbito que o mundo ocidental passou a Keynes que, com ela, viu cair significativamente o número de buscas no Google para níveis pré-crise.