Um momento Dijssel-bomb ou a possibilidade de sucessivas renegociações
O presidente do Eurogrupo numa reunião em Bruxelas Fonte: Bloomberg
Dijsselbloem foi o homem que afirmou pela primeira vez que o modelo de resgate dos bancos de Chipre envolvendo os credores seria para generalizar na Europa. As declarações, verdadeiras na sua essência como se sabe agora, valeram-lhe a alcunha de “Dijssel–bomb”. Em Lisboa, e embora a uma escala diferente, assistimos a mais uma bomba: o Eurogrupo admite renegociações sucessivas das condições dos empréstimos europeus a Portugal.
Martim vs Raquel: de que lado está a literatura sobre o salário mínimo?
É um daqueles momentos televisivos com uma profundidade limitada, mas que marca simbolicamente uma discussão. No “Prós & Contras” de segunda-feira, Martim Neves, um rapaz de 16 anos que criou uma marca de roupa, deu uma resposta à historiadora Raquel Varela que contagiou imediatamente as redes sociais e lançou a discussão na blogosfera. Por esta altura, já deve ter visto o vídeo, mas se tiver chegado hoje da caverna de férias, veja em baixo:
O objectivo de Martim não era defender o valor do salário mínimo, mas esta troca de argumentos relançou uma discussão que tinha sido despertada pela última vez por Pedro Passos Coelho. O primeiro-ministro argumentou em Março deste ano que, num contexto de desemprego muito elevado, “a medida mais sensata que se pode tomar” é reduzir o salário mínimo, incentivando a criação de mais postos de trabalho pelas empresas.
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BCE e Portugal visto por alguns dos “bloggers” mais influentes do mundo
Mario Draghi, presidente do BCE e Vítor Gaspar, ministro das Finanças português Fonte: Bloomberg.
Há um debate a decorrer na blogosesfera sobre Portugal e o BCE. Ou melhor: sobre o que é que o BCE pode (deve) fazer pelo pequeno país da periferia. No debate estão Tyler Cowen (Marginal Revolution), Ryan Avent (Free Exchange – Economist), Karl Smith (Forbes) e Paul Krugman a fazer uma aparição no final.
Mas o que junta tão distintos bloggers em torno de Portugal e do BCE? A resposta está num dos maiores problemas da união monetária, o que em “economês” ganhou o nome de “fragmentação financeira da Zona Euro” ou de “travão/problema no mecanismo de transmissão da política monetária”.
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Abenomics vai salvar o Japão?
Shinzo Abe, o primeiro-ministro japonês esta semana em Tóquio Fonte: Kiyoshi Ota/Bloomberg
O primeiro ministro japonês que entrou em funções em Dezembro elegeu como objectivo acabar com a deflação e retirar o País da profunda crise que atravessa. Para isso decidiu usar todos os instrumentos disponíveis num plano que já foi baptizado por “Abenomics” e que inclui um plano de investimento público (100 mil milhões de euros), uma política monetária agressiva, e um plano de desenvolvimento industrial baseado em tecnologia – que deverá apresentar hoje, escreve a Bloomberg. Com Abe no poder, o iene desvalorizou e a bolsa disparou; as exportações subiram e o consumo também. No entanto, o investimento ainda não chegou para suportar a retoma e a deflação continua. A “Abenomics” está no palco mediático internacional e ocupa um espaço de destaque no “Estamos a Ler” de hoje:
2. Abe’s master plan. A The Economist faz o balanço dos cinco meses do plano de Abe baseado em forte estímulo económico e numa mensagem nacionalista. “A política económica parece melhor que o nacionalismo”, lê-se na edição desta semana.
3. El experimento japonés dispara el PIB. O El País também dá a sua versão da experiência japonesa, considerando que, por enquanto, oferece um balanço misto.
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Portugal precisa com urgência de investimento e de exportar
Economia portuguesa contrai 3,9%. Paula Carvalho do BPI diz que os dados divulgados hoje pelo BPI não trazem grandes surpresas, mas considera que os “detalhes são pouco favoráveis”, avisando para os riscos que resultam da continua da queda do investimento. Rui Bernardes Serra, do Montepio, também sublinha a queda do investimento e sublinha que “o actual período de recessão já dura há 10 trimestres, encontrando-se o PIB no nível mais baixo desde o 2ºT2000”. Filipe Garcia, da IMF considera que “a economia portuguesa só poderá voltar ao crescimento perante uma evolução extraordinariamente positiva do comércio externo”. A importância da frente externa é igualmente evidenciada pela equipa do NECEP, da Universidade Católica, que perante os dados conhecidos até agora, faz a análise mais positiva: “O NECEP acredita que o resultado do 1ºT2013 pode reflectir efectivamente uma melhoria relativa do desempenho económico”
Nota do editor: No “Reacção dos Economistas” pode ler, sem edição do Negócios, a análise aos principais indicadores económicos pelos gabinetes de estudos do Montepio, Millennium bcp, BPI, NECEP (Universidade Católica) e IMF, isto sem prejuízo de outras contribuições menos regulares. Esta é parte da “matéria-prima” com que o Negócios trabalha e que agora fica também ao seu dispor.