O notável discurso de Mario Draghi

25/08/2014
Colocado por: Rui Peres Jorge

O Presidente do BCE parece ter uma predilecção por fazer discursos importantes fora de Frankfurt, no Verão, e em grandes palcos internacionais. Em Julho de 2012 foi a Londres garantir que o BCE estava disposto a “fazer o que for preciso” para salvar o euro, e acabou por definir um ponto de viragem na crise da Zona Euro. Este ano, na sexta-feira, foi a Jackson Hole, em Wyoming, nos EUA, soar os alarmes sobre a necessidade de estimular a procura agregada na Zona Euro, referindo a importância de uma política orçamental menos restritiva a par de uma política monetária expansionista para combater o elevado desemprego e fugir à deflação.

 

O impacto do discurso de Draghi pode ser medido pela quantidade de reacções que gerou e que Jérémie Cohen-Setton sintetiza bem nesta volta pelas publicações e blogues internacionais. Pela importância do texto vale a pena destacar as principais passagens e ideias.

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Estudo do BCE volta a apontar vantagens de uma desvalorização fiscal


Colocado por: Rui Peres Jorge
Os primeiros chefes de missão da troika em 2011: Rasmus Ruffer (BCE), Juergen Kroeger (Comissão) e Poul Thomsen (FMI). A desvalorização fiscal foi uma da primeiras e principais prescrições do programa de ajustamento.

Os primeiros chefes de missão da troika em 2011: Rasmus Ruffer (BCE), Juergen Kroeger (Comissão) e Poul Thomsen (FMI). A desvalorização fiscal foi uma das primeiras e principais prescrições do programa de ajustamento.

Foi uma bandeira da troika e talvez a maior derrota do FMI no programa de ajustamento. Foi a medida que prometia suavizar a recessão e que acabou no lixo. Foi a receita que Vítor Gaspar primeiro desvalorizou e depois implementou numa versão adaptada, para recuar dias depois perante centenas de milhares de portugueses na rua a protestar e o descontentamento dos patrões. Foi também por ela que António Borges apelidou de ignorantes os empresários que a criticaram. Chama-se desvalorização fiscal, propõe uma descida da TSU dos trabalhadores em troca de uma subida de IVA, e volta a ser analisada num estudo publicado no BCE, no qual são analisados os casos português e espanhol. As conclusões voltam a apontar vantagens de uma medidas deste tipo.

 

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Economia e raça põem americanos contra americanos em Ferguson

22/08/2014
Colocado por: Nuno Aguiar

 

So I, pull over to the side of the road, I heard

“Son do you know why I’m stopping you for”

Cause I’m young and I’m black and my hat’s real low

Do I look like a mind reader sir, I don’t know

Am I under arrest or should I guess some more?

“Well you was doing fifty-five in a fifty-four

License and registration and step out of the car

Are you carrying a weapon on you? I know a lot of you are”

 

O verso é de “99 Problems”, uma das músicas mais conhecidas do rapper Jay-Z. É com ele que arranca o post porque sempre quis começar um texto com uma letra de Jay-Z o que estamos a observar em Ferguson, Missouri, não é um acontecimento isolado ou fortuito. É, isso sim, a explosão de décadas de desigualdades e tensão acumulada.

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Outras citações do Papa Francisco que Ricardo Salgado podia ter usado

14/08/2014
Colocado por: Nuno Aguiar

 

Ricardo Salgado dá hoje uma entrevista ao Diário Económico, a primeira desde que foi detido para interrogatório no âmbito do processo Monte Branco. Nela cita três vezes o Papa Francisco:

 

“Não chores pelo teu sofrimento, luta pela tua felicidade.”

 

“Não chores pelo que perdeste, luta pelo que tens.”

 

“Não chores pelos que te abandonaram e luta pelos que estão contigo.”

 

papa

 

O Massa Monetária decidiu procurar outras citações do Papa Francisco que Ricardo Salgado poderia ter utilizado na entrevista.

 

Olhemos à volta. Quantas feridas foram infligidas à humanidade pelo mal. Guerras, violência, conflitos económicos que atingem os mais fracos, ganância pelo dinheiro, poder, corrupção, cisões, crimes contra a vida humana e contra a Criação.”

 

“[O mundo] está ainda dividido por ganância que procura ganhos fáceis, ferido pelo egoísmo que ameaça a vida humana e a família.”

 

Algumas pessoas continuam a defender as teorias de “trickle-down” [riqueza vem de cima para baixo, que assumem que o crescimento económico, encorajado pelo mercado livre, vai inevitavelmente conseguir trazer maior justiça e inclusividade no mundo. Esta opinião, que nunca foi confirmada por factos, expressa uma confiança ingénua na bondade daqueles que têm o poder económico e no funcionamento sacralizado do sistema económico dominante.”

 

A grave crise financeira e económica do presente […] empurrou o homem para procurar satisfação, felicidade e segurança no consumo e ganhos para lá de qualquer relação com os princípios de uma economia sólida. As crises económicas sucessivas devem levar a uma reflexão acerca dos nossos modelos de desenvolvimento económico e a uma mudança no nosso estilo de vida.”

 

 

“Para vencer [no futebol] precisamos de ultrapassar o individualismo, o egoísmo e todas as formas de racismo, intolerância e manipulação das pessoas”, afirmou, acrescentando que ser “ganancioso” é um obstáculo, tanto no futebol, como na vida.