Há 54 anos que os portugueses estão habituados a assistir, através da RTP, à festa da quadra natalícia no Centro de Reabilitação de Alcoitão e no Hospital de São João, no Porto. Mas há um concelho onde o “Natal dos Hospitais” é comemorado … numa associação. O presidente da Câmara do Seixal pretende desta forma irónica sensibilizar o Governo para a necessidade de se avançar com a construção do hospital naquele município.
“Esta é uma iniciativa simbólica feita em conjunto pelo poder local e a plataforma Juntos pelo Hospital do Seixal, que reúne 150 entidades, e que vai para a sua quinta edição. Queremos dizer que o Hospital do Seixal é uma necessidade absoluta”, disse à Lusa Alfredo Monteiro, presidente da Câmara do Seixal.
Neste momento, a população é servida pelo Hospital Garcia de Orta, em Almada, que foi construído e dimensionado para servir cerca de 150 mil habitantes mas que, neste momento, atende mais de 400 mil (Almada, Seixal e Sesimbra).
“O Garcia de Orta já não tem resposta e o novo hospital no Seixal tem que ser uma prioridade”, defendeu Alfredo Monteiro, que tem dinamizado várias acções de campanha em defesa da unidade hospitalar.
A autarquia e o Ministério da Saúde assinaram um protocolo em 2009 para a construção do novo hospital, que deveria abrir portas este ano, mas o processo não chegou a avançar. Isto porque, em 2011, e no âmbito do compromisso assinado com a troika, o Governo suspendeu a implementação das novas parcerias público-privadas (PPP) e dos grandes projectos de infra-estruturas “até à conclusão de uma avaliação exaustiva da sua viabilidade”.
Das PPP previstas na Saúde, o Governo apenas avançará com a do Hospital Oriental de Lisboa (Todos-os-Santos), que irá concentrar os hospitais de S.José, Santa Marta, Capuchos, D. Estefânia, Curry Cabral e Maternidade Alfredo da Costa. Este novo hospital deverá estar terminado em 2016.