O bom, o mau e o urgente no primeiro ano de troika

17/05/2012
Colocado por: Rui Peres Jorge

 

Rasmus Ruffer (BCE), Jurgen Kroeger (Comissão) e Poul Thomsen (FMI) na primeira avaliação à execução do programa de ajustamento em Agosto do ano passado Fonte: Bruno Simão/Negócios  

 

Faz hoje um ano sobre sobre a aprovação do memorando de entendimento.

 

Quem quiser acompanhar a execução do programa pode gostar de dar um salto à “Nova Economics Club“, da Universidade Nova, onde os professores Paulo Leiria, Pedro Pita Barros, Susana Peralta, e Nuno Garoupa coordenam os alunos do mestrado em Economia na realização de avaliações sectoriais. Divulgaram hoje relatórios de avaliação sobre mercado de trabalho, habitação e justiça

 

Aqui pelo Negócios, publicámos hoje um balanço, explicando como a crise grega e o aumento do desemprego entrarão na quarta revisão do programa (que começa na terça-feira) e elegendo “o bom”, “o mau” e “o urgente” do primeiro ano de troika. Aqui ficam as 15 dimensões que destacámos:

 

O Bom

1. Bom desempenho exportações

2. Processo de desalavancagem financeira duro mas sem sobressaltos

3. Cumprimento dos objectivos orçamentais em 2011 e a aprovação de várias medidas de controlo, como a Lei dos compromissos

4. Correcção rápida do défice externo

5. Baixa de juros da dívida no curto prazo

 

O Mau

1. Desemprego a disparar com impactos orçamentais e ameaçando retoma

2. Hesitações perante lóbis, nomeadamente na energia, e no combate às rendas excessivas

3. Necessidade de recorrer a medidas extraordinárias em 2012 para fechar défice

4. Impactos negativos do crescimento sobre contas públicas

5. Inexistência de uma estratégia clara de crescimento

 

 

O Urgente

1. Avançar com reformas estruturais, especificamente na área concorrência

2. Preparar medidas que possam relançar a economia: algum tipo de desvalorização fiscal pode ainda ser necessária

3. Necessidade de combater aumento do desemprego e mitigar consequências sociais

4. Identificar planos de contingência, tanto a nível financeiro como orçamental, para lidar com derrocada grega

5. Manter apoio alargado ao programa, quer por parte de parceiros sociais, quer por parte do PS 

Rui Peres Jorge