Wolfgang Schäuble exerceu advocacia durante seis anos. Fonte: Joshua Roberts/Bloomberg
Depois de alemães contra gregos, portugueses contra finlandeses, FMI contra Comissão Europeia e jovens contra velhos, emerge uma nova cisão na zona euro: advogados contra economistas. A acreditar na notícia da “Der Spiegel” (aqui no original), a formação profissional dos líderes europeus parece suscitar provocações nos bastidores da resolução da crise da moeda única.
Numa reunião com ministros das Finanças da zona euro, Mario Draghi rejeitou a posição do ministro Wolfgang Schäuble, segundo a qual a falência do Chipre não representa um risco sistémico para a Zona Euro. Segundo a revista alemã, Draghi disse a Schäuble que já estava habituado a ouvir esse argumento da boca de advogados, mas que avaliar o risco sistémico de uma futura falência cipriota não cabe a advogados, mas sim a economistas. Pequeno gigantesco pormenor: Schäuble tirou o doutoramento em Direito, em 1971, e exerceu advocacia durante seis anos, entre 1978 e 1984. Segundo a Wikipédia, a sua dissertação era intitulada: “A situação profissional e legal dos contabilistas públicos em empresas de contabilidade”.
Entretanto a discussão em torno de resgatar ou não o Chipre dura há mais de seis meses. Envolve um sistema financeiro sobredimensionado, medo de contágio para a Grécia e suspeitas de lavagem de dinheiro de oligarcas russos.
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