Área da cidade velha de Tallinn, Estónia, no final de 2011 Fonte: Bloomberg
O crescimento da Estónia (7,6%), Letónia (5,5%) e Lituânia (5,9%) em 2011 está a ser avançado como um bom exemplo de como as desvalorizações internas podem funcionar. Depois da resistência à desvalorização cambial, o tratamento de choque consequente está, finalmente, a dar resultados, dizem os defensores da estratégia adoptada. Uma análise de Rainer Kattel e Ringa Raudla, da Universidade de Tecnologia de Tallinn, na Estonia, contesta esta visão. No Triple Crisis, os autores expõem o essencial da sua investigação, e concluem que o relançamento báltico não é explicado pela desvalorização interna (no sentido de uma queda prolongada de preços e salários como resultaria da teoria aplicada a economias que experimentaram “booms” de dimensões impressionante), mas antes por dois factores externos à governação que dificilmente serão replicados noutros países: mercados de trabalhos flexíveis (que promoveram elevado desemprego e emigração) e integração nas cadeias de produção europeias. Além disso, e à boleia do VOX que está a promover um debate sobre receitas orçamentais na crise, estamos também a ler:
2. Cotarelli, do FMI, defende a disciplina orçamental, mas insiste que consolidações demasiado agressivas podem matar o paciente (VOX)
3. Grandes males orçamentais exigem grandes curas, respondem Marco Buti e Lucio Pench, da Comissão Europeia (VOX)
4. Não é a dívida que corta o crescimento, é o baixo crescimento que faz aumentar a dívida dizem Ugo Panizza e Andrea Presbitero (VOX)
5. A austeridade orçamental apresentada por Alesina e Giavazza, dois dos seus mais distintos promotores: é a composição que conta (VOX)
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