“Os mercados gostam dele”. Fonte: “The Economist”
O ano de governação de Mario Monti foi feito de contrastes. Em Bruxelas, liderou o combate contra a vaga de austeridade, mas dentro de portas foi acusado de exagerar na dose. Opôs-se a Berlim, mas manteve a confiança de Angela Merkel. Nesse sentido, a reacção negativa dos mercados na segunda-feira não deixa de ser apropriada para um primeiro-ministro que viu a descida dos juros da dívida pública italiana ser acompanhada por uma constante perda de popularidade num país cansado de austeridade.
Sem legitimação eleitoral, o trunfo que permitiu a Monti acelerar o ritmo de reforma – a não filiação partidária – acabou por tirar-lhe o tapete. Um aviso para futuros governos tecnocratas.
Escrevia a “The Economist” na véspera de Mario Monti anunciar a demissão:
Sobre qualquer avaliação do legado de Monti pesarão as eleições do início do próximo ano, quando os políticos provavelmente irão regressar ao poder. Itália teve tecnocratas no poder anteriormente (nomeadamente Lamberto Dini, em 1995-96, que iniciou uma reforma audaz das pensões) mas não conseguiram manter o ímpeto […] Sem essa continuidade Itália terá dificuldades em regressar à Dolce Vita.
- Reacção dos economistas: investimento dá sinais de vida - 02/03/2017
- Reacção dos economistas: o contágio para 2017 - 14/02/2017
- Reacção dos economistas: a força das exportações - 15/11/2016