Conselho de Finanças Públicas perdido em combate
Onde é que está o Conselho de Finanças Públicas? Parece que não, mas já lá vai um ano e meio desde que este órgão começou a ser idealizado. Supostamente, já teria até produzido a sua primeira análise há seis meses, quando o Orçamento do Estado para 2012 foi apresentado. Até agora, nada. A história é recheada de demasiadas peripécias para que resistamos a recapitular algumas:
Década perdida? Nas reformas estruturais não, diz Gaspar e o PS. Mas
Vítor Gaspar a caminho da sua intervenção da semana passada no Peterson Institute for International Economics Fonte: Joshua Roberts/Bloomberg
A apresentação da economia portuguesa que Vítor Gaspar levou consigo para a Europa e os Estados Unidos permitiu, segundo o próprio, descansar os americanos quanto à situação económica europeia. Mas também deixou aliviados os deputados do Partido Socialista. É que, de acordo com João Galamba, a apresentação é elogiosa para com as reformas empreendidas por José Sócrates e, até, António Guterres, e desmistifica a ideia de que os últimos dez anos foram “uma década perdida” em termos de reformas estruturais. Será mesmo assim?
Confiança na economia portuguesa
Confiança, confiança, confiança. Este tem sido o discurso dominante das autoridades nacionais. Passos Coelho pede aos parceiros europeus que confiem na capacidade do Executivo de implementar as reformas e medidas acertadas no âmbito do Memorando de Entendimento. Vítor Gaspar pede aos mercados que confiem na solidez das contas públicas portuguesas. Álvaro Santos Pereira pede aos investidores que confiem na robustez da economia portuguesa. E até Carlos Costa pede confiança na situação da banca nacional.
Mas há confiança? Há sinais contraditórios. Destacamos três, com os principais sinais negativos a chegarem dos depósitos dos não residentes:
Catroga e as rendas
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A propósito das declarações de Eduardo Catroga há factos que (esquecidos pelo chairman da EDP) são indesmentíveis: há um estudo que já foi feito pelo governo sobre as rendas no sector da energia, um estudo que foi pedido pela troika na sequência da identificação de rendas no sector da energia, ainda na fase de negociação do Memorando de Entendimento que contou com a participação de Eduardo Catroga.
Ler aqui Catroga, EDP e rendas.
Totonegócio: Onde é que está o gato?
Ontem, num volte-face inesperado, a Federação Portuguesa de Futebol veio anunciar ao País que vai assumir uma dívida de 13 milhões de euros dos clubes de futebol, correspondente à segunda tranche do Totonegócio, apurada no final de 2010 e já em execução fiscal.O que a levou a passar uma borracha sobre todos os argumentos que vem, há vários anos, a esgrimir em tribunal?