Dívida pública só baixa com a ajuda da Segurança Social
Como avançamos hoje no Negócios, o Governo já apresentou à comunidade de
investidores as linhas centrais do OE – tal como definidas na avaliação
com a troika que terminou no início do mês – usando para isso uma nota do IGCP que resume o essencial dos planos do Executivo na frente orçamental e macroeconómica. Uma mensagens importantes é a queda do “stock” de dívida pública em 2014. Este resultado é conseguido por uma alteração não explicada da política de compras de dívida pela Segurança Social.
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O que vai acontecer ao défice externo quando a economia recuperar?
Dependência da exportações de combustíveis pode ser enganador. Fonte: Bloomberg
Um aviso prévio: não tenho resposta para a pergunta do título. Mas a
existência da questão já é motivo de debate. Os muito elogiados avanços
conseguidos nos últimos anos no equilíbrio da balança corrente
portuguesa têm sido conseguidos através do crescimento das exportações,
mas também de uma queda acentuada das importações, esta última motivada
pela depressão do mercado interno. Alguns economistas têm alertado para
um possível retrocesso nesses progressos assim que o consumo e o
investimento voltarem a mexer o dedo do pé e a economia recuperar.
Cortes salariais continuam em 2013
No final de Agosto denunciámos no Negócios a publicação pelo FMI de
um conjunto de dados, fornecidos pelo Governo, que deturpava as dinâmica
das actualizações salariais em Portugal em 2012. Os números
evidenciavam uma elevada prevalência de salários estagnados como sinal
da rigidez salarial no País, mas escondiam quase um quarto da amostra de
contratos – o quarto que permitia concluir que 27% experimentaram
cortes salariais em 2012. Aqui ficam os dados completos, agora com uma
actualização para 2013.
Narrativas alternativas sobre os défices externos
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Preparação da conferência de imprensa conjunta de Pedro Passos Coelho e Angela Merkel, em Lisboa, em 2012 Fonte: Mario Proença / Bloomberg
O debate sobre a estratégia de desvalorização interna como mecanismo
de aumento da competitividade, o seu impacto nas relações de comércio
internacional, e as possíveis soluções para o reequílibrio sustentável
do défice externo português continua como um dos mais relevantes para o
futuro do País. A sua relevância ultrapassa no entanto a dimensão
nacional. Afinal para muitos economistas a crise da Zona Euro é, antes
de qualquer outra coisa, uma crise de balança de pagamentos. Juntamos
aqui vários contributos interessantes, alguns com perspectivas
alternativas, que podem complementar este debate.
6 lições sobre os desequilíbrios externos na Europa
Sabia que a maior diferença entre os países excedendários e os
deficitários foi o desempenho das importações e não o das exportações?
Esta é uma das conclusões mais surpreendentes de um estudo que a
Comissão Europeia publicou no final do ano passado, e no qual oferece um
análise profunda os desequilíbrios externos na União Europeia com o
enfoque nos países excedentários. Vale muito a pena ler “Current account surpluses in the EU”. Esta semana publicámos no Negócios seis das conclusões que nos pareceram mais interessantes que recuperamos aqui.