Em que economistas confiar? (ou um elogio a Paul De Grauwe)
Basicamente o mundo caminhou desprevenido para a situação em que se encontra porque confiou ingenuamente nas doutrinas económicas dominantes. Por que raio deveria agora acreditar que essas mesmas ideias conseguirão tirá-lo do buraco em que se encontra, quando elas persistem num tão grande desconhecimento das realidades das economias contemporâneas?
João Pinto e Castro
O debate em torno dos falhanços da economia e dos economistas “dominantes” vai já longo, como nos lembra o embate de 2009 entre John Cochrane e Paul Krugman. Enquanto jornalista, uma das dimensões desta discussão que JPC recupera e que me detém mais tempo é uma dúvida muito prática: em que economistas confiar?
Vítor Gaspar e sua crença no euro, vista pelo próprio
Seria díficil Portugal ter um ministro das Finanças mais bem preparado para discutir, no patamar europeu, a situação portuguesa enquadrada no actual modelo da união monetária. Vítor Gaspar é um dos homens fortes da moeda única europeia, acompanhou o projecto desde o seu início, e dividiu os últimos vinte anos entre o ministério das Finanças, o BCE, a Comissão Europeia e o Banco de Portugal. Uma breve pesquisa nas suas últimas intervenções evidencia bem a sua crença no euro.
Santander abre “outlet” de venda de casas em Espanha
1. Europa tenta salvar resgate grego (FT)
2. Lagarde cada vez mais primeira na corrida para o FMI depois de Fisher ser bloqueado (Bloomberg)
3. Santander abre “outlet” de venda de casas em Espanha (El País)
4. Em Espanha salário mínimo sobe pouco, mas sobe (El Mundo)
5. A Grécia com o rating mais baixo do mundo (The Guardian)
Bancos emprestam mais a empresas suas
Obter crédito junto da banca não é fácil. Mas torna-se mais fácil se o banco tiver participação na estrutura accionista da empresa, conclui um estudo publicado hoje no Relatório de Estabilidade Financeira do Banco de Portugal.
Em “O ACESSO AO CRÉDITO BANCÁRIO QUANDO OS BANCOS SÃO ACIONISTAS DAS EMPRESAS: EVIDÊNCIA PARA PORTUGAL”, Paula Antão Miguel A. Ferreira Ana Lacerda escrevem que: “Um banco com informação privilegiada é suscetível de ser o principal credor da empresa, o que pode gerar benefícios para a empresa em termos de disponibilidade de crédito, mas também pode limitar o seu recurso a outros bancos”.
Empresas: quanto mais endividadas, mais caloteiras na falência
As falências das empresas não são todas iguais. Se for efectivamente uma falência, os credores, nomeadamente os bancos, podem sofrer muito. Já se a empresa conseguir fechar a actividade de forma controlada, pagando as suas dívidas, esse impacto na economia será reduzido. Num artigo incluido no Relatório de Estabilidade Financeira do Banco de Portugal e titulado “DÍVIDA E EXTINÇÃO DAS EMPRESAS” a tripla José Mata, Pedro Portugal e António Antunes conclui que o nível de endividamento é uma variável central na definição do tipo de saída do mercado. Quanto mais endividadas, mas caloteiras na falência, avisam.