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Rui Peres Jorge

Sobre Rui Peres Jorge

Rui Peres Jorge é jornalista da secção de Economia do Negócios e editor do “massa monetária”. Começou no Semanário Económico em 2002. É mestre em Economia Monetária e Financeira pelo ISEG e pós-graduado em Contabilidade Pública, Finanças Públicas e Gestão Orçamental pelo IDEFE/ISEG, duas das suas áreas de especialização em jornalismo. Conta com cursos de formação em jornalismo económico na Universidade de Columbia em Nova Iorque (Citi Journalistic Excellence Award, 2009) e em jornalismo no Committee of Concerned Journalists em Washington (Bolsa da FLAD, 2010). Ganhou vários prémios na sua área de especialização. Lecciona a cadeira de Jornalismo Económico na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica. Nasceu em 1977 e vive em Lisboa.

Portugal perante a reestruturação e mais austeridade

24/01/2012
Colocado por: Rui Peres Jorge

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Pôr do Sol em Lisboa em Novembro Fonte: Mário Proença/Bloomberg 

 

As más notícias para Portugal correm o mundo. A manter-se o rumo da economia europeia e das políticas económicas que vêm sendo seguidas parece cada vez mais provável que Portugal se veja forçado a adoptar medidas de austeridade adicionais e a avançar com um plano de reestruturação da sua dívida.  

 

Ontem, em artigo de opinião aqui no Negócios  – uma novidade onde me arriscarei com posições mais subjectivas e pessoais que as dos textos que publicamos aqui no massa monetária –, defendi a urgência de uma análise independente à sustentabilidade das contas públicas, sublinhei o risco de Portugal se ver, em breve, na situação grega e de ser por isso necessário debater e preparar o cenário de uma reestruturação da sua dívida. Hoje, o Wall Street Journal escreve que os mesmos banqueiros que estão a negociar com a Grécia duvidam do plano de ajustamento nacional (especificamente na capacidade de Portugal regressar ao mercado em 2013 a preços sustentáveis) e pensam que um segundo “bailout” é inevitável. O WSJ cita ainda analistas que dizem não ter dúvidas sobre a necessidade de uma reestruturação. Este é um cenário também dado como provável por dois economistas que se têm destacado na análise da crise europeia. Simon Johnson (ex-economista-chefe do FMI) e Peter Boone deixam ainda um outro diagnóstico: Portugal (e os outros periféricos) vai precisar de muita mais austeridade. Aqui ficam os principais excertos dos dois textos.

 

A histeria dos mercados na avaliação dos juros no euro


Colocado por: Rui Peres Jorge

Se, durante anos, os mercados erraram sistematicamente na avaliação do prémio de risco das obrigações soberanas na área do euro – atribuindo o mesmo risco à Grécia e à Alemanha – porque é que agora se acha que os mercados estão a avaliar de forma correcta o risco no mercado? A pergunta é de Paul De Grauwe  e Yuemei Ji, num artigo publicado no VoxEU.org, onde os dois economistas dão também a resposta: os mercados, em modo de histeria, estão, na verdade, a avaliar mal o risco soberano no euro, e os políticos têm de levar isso em conta nas suas políticas. É por isso essencial que a par com medidas de redução do peso da dívida, a Europa avance com medidas de estímulo monetário e de contenção orçamental. Além disto, estamos também a ler:  

 

2. Carlos Tavares contra Carlos Costa no corte de salários (Negócios)

 

3. Uma proposta de solução para a segmentação do mercado de trabalho espanhol (VoxEU.org)

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Tempestade em Espanha… e não só

23/01/2012
Colocado por: Rui Peres Jorge

Um início de semana quente em Espanha. Hoje pela manhã duas más notícias: por um lado o banco central apontou para uma contracção do PIB de 1,5% este ano, por outro o FMI vê mesmo risco de insolvência no País. Rajoy continua comprometido com mais medidas de austeridade, mas pode adiá-las para depois das eleições regionais de Março. As palavras de Lagarde, pedindo um reforço dos fundos europeus, estão a percorrer o mundo, sinalizando uma preocupação crescente do FMI com a situação europeia. Simon Johnson e Peter Boone dizem que podem ser precisos 5 biliões de euros. O enfoque sobre as dificuldades espanholas surgem no dia em que os ministros das Finanças do euro se reunem para analisar a crise europeia com dois outros temas quentes: o apcto orçamental e a reestruturação da dívida grega. Sobre o primeiro ponto, já não há muitas duvidas. Já sobre a redução da dívida grega, as negociações seguem, com os credores a endurecer o discurso. Além disto, estamos também a ler:

 

2. Depois de vários episódios fiscais polémicos, Mitt Romney vai tornar publica a sua declaração de rendimentos (The Caucus)

 

3. Precisa de um hacker? Não é assim tão difícil de encontrar, com endereço electrónico e tudo (Wall Street Journal)

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Ministério de Portugal

18/01/2012
Colocado por: Rui Peres Jorge

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Vítor Gaspar, ministro das Finanças, e Carlos Costa, governador do Banco de Portugal Fonte: Miguel Baltazar/Negócios

 

É muito provável que o Banco de Portugal nunca tenha tido tanto poder sobre a política económica nacional. Além do seu papel directo na execução do programa de ajustamento – como banco central português e membro do Eurosistema e representante de Portugal no FMI – o Banco de Portugal tem um peso inédito no Terreiro do Paço. Como demos conta no Negócios, vários lugares chave do Ministério das Finanças são ocupados por quadros do banco central. Ministro e o seu chefe de gabinete, dois secretários de Estado, vários adjuntos e uma destacada consultora (paga pelo Banco de Portugal) vêm da Almirante Reis e lá regressarão após o desempenho das funções governativas. Não há memória de uma tal relação simbiótica entre Ministério das Finanças e Banco de Portugal, a qual se tem traduzido também na adopção de posições desejadas pelo banco. Poder-se-ia até falar num Ministério de Portugal.

Europa a caminho da depressão?

17/01/2012
Colocado por: Rui Peres Jorge

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Os desenvolvimentos dos últimos dias têm sido assustadores, com a estratégia de austeridade pan-europeia a alarmar cada vez mais especialistas. Uma preocupação que o corte da S&P veio apenas confirmar (duas análises interessantes no Free Exchange, um dando conta dos problemas de diagnóstico da crise pelos líderes europeus, o outro admitindo que a Europa pode estar a caminho de um novo equilíbrio em termos de ratings). Martin Feldstein, economista liberal norte-americano, frisa que a aplicação das regras orçamentais pensadas no “pacto orçamental europeu” podem por a Europa a caminho da depressão. Herman Von Rompuy, presidente do Conselho Europeu, defende as medidas já implementadas, mas avisa que a Europa precisa urgentemente de uma estratégia de crescimento. Além disto, estamos também a ler

 

2. Os grandes números dos resgates (EFSF, na Zona Euro e TARP, nos EUA) que afinal são mais pequenos, por António Fatas (Antonio Fatas e Ilian Mihov)

 

3. Precisamos de inflação para salvar o mundo, escrevem Menzie Chinn (Foreign Policy)