A versão 2.0 do bail out à Grécia (consultar detalhes num post do Massa Monetária) não parece ter convencido os mercados. Ontem, pelo menos, os sinais do mercado não foram animadores: as taxas de juro da Grécia e de Portugal subiram, várias bolsas fecharam no vermelho e os comentários dos analistas não eram particularmente animadores. Hoje, o cenário mantém-se.
Não é difícil perceber este fenómeno – que é, aliás, cada vez mais recorrente (ver historial da crise da dívida europeia). A análise apresentada pela “troika” aos responsáveis europeus, segundo a qual basta ligeiros “desvios de percurso” para que a dívida pública resvale de 120 para 160% do PIB, também ajuda a perceber as reticências dos investidores.
Mais relevante ainda parece-nos o facto de o próprio Fundo Monetário Internacional parecer agora interessado em resguardar-se. Segundo informações ainda por confirmar, o FMI pode querer limitar a sua participação no financiamento à Grécia a apenas 10% do montante total – apenas um terço da participação no primeiro programa. Um mensagem à Europa, para que esta resolva os seus problemas por si mesma? Ou um sinal indirecto de que o próprio FMI já não acredita na sustentabilidade da dívida grega e está a preparar uma retirada discreta?