Hoje, em artigo do opinião, argumento que é difícil perceber como é que a educação, e em particular a educação dos patrões, esteja fora da agenda de transformação estrutural da troika e do Governo. Aqui ficam os dados de que parto para defender essa posição e o convite a comentários.
No último relatório global da OCDE sobre educação (Educação at a Glance 2011), Portugal compara mal com quase todos os outros membros da organização:
Percentagem da população que obteve pelo menos o ensino secundário por grupo etário em 2009:
Fonte: Education at a Glance 2011, página 32
A Pordata (cálculos a partir dos dados oficiais que não consegui encontrar) apresenta dados mais detalhados sobre níveis de educação de trabalhadores e patrões.
Trabalhadores por conta de outrém por nível de escolaridade em % do total de trabalhadores
Fonte: Pordata
Em 2010, quatro em cada dez trabalhadores por conta de outrém tinham pelo menos o secundário completo (% de secundário + % de ensino superior). Este valor compara com os 80% da UE-27. Os trabalhadores portugueses ficam bem pior na fotografia: apenas dois em cada dez tinham secundári completo contra um pouco mais de sete em cada dez na UE-27, como se vê no gráfico abaixo:
Empregadores por nível de escolaridade em % do total de empregadores
Fonte: Pordata
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