Vítor Gaspar em entrevista em Nova Iorque a 19 de Abril Fonte: Scott Eells/Bloomberg
Não anda fácil acompanhar as prespectivas macroeconómicas do Governo. Como o Negócios noticiou no final do mês, as previsões da equipa das Finanças inscritas no documento de estratégia orçamental são mais optimistas que as da troika em toda a linha, uma opção que hoje mereceu criticas no Parlamento. Mas, na verdade, hoje ficámos a saber que o optimismo não se verifica em toda a linha. Para o desemprego o Executivo está menos optimista que Comissão Europeia e FMI. Recorde-se que esta variável tinha sido inexplicavelmente excluída deste documento central na gestão financeira do Estado. Acabou por ser apresentada em Bruxelas. É com ansiedade que se aguardam as novas previsões da Comissão Europeia que serão publicadas na sexta-feira. Mas vejamos então as comparações entre Governo e troika para as principais variáveis.
Eis os valores, tal como apresentados no anexo de previsões enviado pelo Governo para Bruxelas, e nos relatórios da terceira avaliação do programa de ajustamento assinados pela Comissão Europeia e pelo FMI.
1. Governo mais optimista no crescimento…
2. Mas mais pessimista no desemprego
3. Optimismo do Executivo mais notável no saldo externo que prevê ser positivo em 4,9% do PIB em 2016 (valores semelhantes aos da Alemanha)
4. Os resultados na frente externa são conseguidos essencialmente por desempenho das exportações (importações quase iguais à troika)
5. Maior confiança de Lisboa é também evidente nas contas públicas, seja na dívida, seja no défice
É com ansiedade que se aguardam as novas previsões da Comissão Europeia que serão publicadas na sexta-feira.
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