O desemprego e as previsões da polémica

09/05/2012
Colocado por: Rui Peres Jorge

 

Vítor Gaspar em entrevista em Nova Iorque a 19 de Abril Fonte: Scott Eells/Bloomberg

  

Não anda fácil acompanhar as prespectivas macroeconómicas do Governo. Como o Negócios noticiou no final do mês, as previsões da equipa das Finanças inscritas no documento de estratégia orçamental são mais optimistas que as da troika em toda a linha, uma opção que hoje mereceu criticas no Parlamento. Mas, na verdade, hoje ficámos a saber que o optimismo não se verifica em toda a linha. Para o desemprego o Executivo está menos optimista que Comissão Europeia e FMI. Recorde-se que esta variável tinha sido inexplicavelmente excluída deste documento central na gestão financeira do Estado. Acabou por ser apresentada em Bruxelas. É com ansiedade que se aguardam as novas previsões da Comissão Europeia que serão publicadas na sexta-feira. Mas vejamos então as comparações entre Governo e troika para as principais variáveis.

 

Eis os valores, tal como apresentados no anexo de previsões enviado pelo Governo para Bruxelas, e nos relatórios da terceira avaliação do programa de ajustamento assinados pela Comissão Europeia e pelo FMI.   

 

1. Governo mais optimista no crescimento…

 

 

 

 2. Mas mais pessimista no desemprego

 

 

 

 

3. Optimismo do Executivo mais notável no saldo externo que prevê ser positivo em 4,9% do PIB em 2016 (valores semelhantes aos da Alemanha)

 

 

 

4. Os resultados na frente externa são conseguidos essencialmente por desempenho das exportações (importações quase iguais à troika)

 

 

 

 

5. Maior confiança de Lisboa é também evidente nas contas públicas, seja na dívida, seja no défice   

 

 

 

É com ansiedade que se aguardam as novas previsões da Comissão Europeia que serão publicadas na sexta-feira.

Rui Peres Jorge