A Cimeira deste semana evitou que a bomba que pendia sobre a Zona Euro explodisse nos próximos dias e isso é uma vitória. Mas à medida que as horas passam sobre os resultados anunciados na madrugada de quinta-feira, fica cada vez mais claro que estamos muito longe de uma solução credível de médio longo prazo para a crise europeia. Richard Baldwin, no Vox, faz uma análise aos pontos fortes (reestruturação grega, sinal de empenho no reforço do capital dos bancos e uma maior capacidade do FEEF de dar cobertura politica à actuação do BCE) e fracos (demasiada pressão sobre os bancos o que forçará um choque de crédito e austeridade acrescida Itália e Espanha – ambas conduzirão a uma recessão maior) do pacote apresentado esta semana. Em síntese, diz Baldwin, os líderes europeus evitaram que a bomba explodisse, mas abriram caminho a uma recessão de grandes dimensões em 2012. Para Portugal isto significa que, muito possivelmente, o risco de reestruturação aumentou – uma possibilidade admitida por vários economistas ouvidos pelo Negócios. Além disto, estamos também a ler:
1. Vamos ter mais cimeiras em breve, diz a The Economist
2. Os líderes estão a decidir em torres de marfim e o BCE tem de ser chamado, escreveu De Grauwe ainda antes da cimeira (VOX)
3. O sistema de seguro sobre risco de incumprimento não vai funcionar, avisa Gros (VOX)
4. Mais do mesmo, lamenta Guido Tabellini (VOX)
5. “Um copo meio cheio” de Guntram Wolf é uma das análises mais optimistas à Cimeira (Bruegel)
6. Nuno Teles defende que foi um “péssimo acordo” (Ladrões de Bicicletas)
7. Portugal a caminho da Grécia sublinha Ambrose Evans-Pritchard (Telegraph)
8. Poul Thomsen, o nosso homem do FMI, fala sobre a sua experiência na Islandia (iMF direct)
9. A economia em versos de Haiku (Free Exchange)
- Carlos Costa e o colapso do BES. Negligente ou injustiçado? - 23/03/2017
- Os desequilíbrios excessivos que podem tramar Portugal - 21/03/2017
- A década perdida portuguesa em sete gráficos - 15/12/2016