Credores só recuperam 6,1% no fim de uma insolvência
Os credores que se apresentam a reclamar créditos no âmbito de um processo de insolvência têm cada vez menos esperanças de recuperar os seus valores. Em média conseguem reaver apenas 6,1% do total, sendo que os restantes 93,9% dos créditos reconhecidos pelos tribunais nunca chegam aos seus bolsos. Os números são do Ministério da Justiça, segundo o qual no último trimestre do ano passado deram entrada 5.389 novos processos. Entre as insolvências declaradas, as famílias continuam cada vez mais à frente das empresas, representando já 65,3% do total.
Desunião bancária
Fonte: Linksman_Flickr_CC
O balde água fria das reuniões do Ecofin e Eurogrupo da semana passada surgiu quase no fim dos trabalhos, no sábado, quando Wolfgang Schauble, o ministro das Finanças alemão afirmou que tal união implicará uma revisão do Tratado da UE. A Áustria apressou-se a apoiar essa posição. E o presidente do Eurogrupo afirmou que, perante a posição alemã, poderá ser inevitável uma “revisão limitada” do Tratado.
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Justificação teórica da austeridade ameaçada por… erro de Excel
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Rogoff tentou justificar-se ontem à noite. Fonte: Jerome Favre/Bloomberg
Bom, esta é daquelas que muda tudo ou não vai mudar nada. Pelos vistos, pode não ser assim tão óbvio que uma dívida pública mais elevada tem um impacto negativo no crescimento económico de um país. Num estudo publicado segunda-feira, três académicos da Universidade de Massachusetts vieram colocar um gigantesco ponto de interrogação sobre as conclusões do paper de Carmen Reinhardt e Kenneth Rogoff, “Growth in a Time of Debt” (2010), questionando, não só as premissas utilizadas por ambos, como apontando falhas básicas em cálculos de Excel.
Um balanço da União Bancária (e a importância do exemplo cipriota)
Klaus Regling, o presidente do Mecanismo Europeu de Estabilidade, o fundo que recapitalizará os bancos numa união bancária e Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo Fonte: EU Council Eurozone_Flickr_CC
Simplificando poder-se-á afirmar que os bancos portugueses caíram pelo risco do seu soberano, e que o soberano irlandês caiu pelo risco dos seus bancos. Este “ciclo diabólico” entre sistema financeiro e as finanças públicas é a razão central para a criação de uma união bancária na UE. Dada a fragilidade de Portugal e da Irlanda um avanço rápido nesta frente é visto como importante para aliviar a pressão dos mercados. Em que ponto está este projecto europeu?
O Papa devia ser brasileiro?
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Se fosse respeitado o princípio de representatividade, haveria mais cardeais do Sul a usar o Solidéu no conclave. Fonte: Alessia Pierdomenico/Bloomberg
O Papa Francisco tem feito sucesso na imprensa e nas redes sociais, com quebras de protocolo e uma maior proximidade dos fieis no seu primeiro mês à frente da Igreja Católica. Um papado que é revolucionário desde o momento da escolha do argentino Jorge Bergoglio, o primeiro Papa sul-americano. Uma decisão que dá alguma justiça representativa à relação entre o hemisfério Norte e hemisfério Sul. Ainda assim, o resultado poderia ser diferente com outro conclave. Se fosse respeitado o princípio de representatividade, o país com maior número de cardeais seria o Brasil. Um Papa brasileiro? Nada melhor para irritar os argentinos.