Recados à Justiça em duas horas de discursos
Cavaco Silva, ontem, a discursar na abertura solene do ano judicial Fonte: Bruno Simão / Negócios
Cinco discursos, muitos recados, alguns cruzados, outros cifrados, um
ou outro com destinatários muito bem definidos e identificados. O salão
nobre do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) recebeu os mais altos
representantes da Justiça que, como todos os anos, deram como
oficialmente aberto mais um ano judicial, apesar de este, na prática, já
ter começado em Setembro passado, depois das férias judiciais, que é
quando, na prática, o calendário se cumpre. Presidente da República,
ministra da Justiça, Procuradora-geral da República, presidente do STJ e
bastonário da Ordem dos Advogados discursaram durante quase duas horas
perante uma plateia de gente ligada aos tribunais e num momento em que a
austeridade provoca uma onde de indignação mais ou menos transversal
entre os operadores judiciais. A crise, essa esteve presente em todos os
discursos.
Já decidiu se quer duodécimos? Hoje é o último dia. Os argumentos a favor e contra
Os trabalhadores do sector privado têm até segunda-feira para decidir se pretendem receber metade dos subsídios de férias e de Natal em duodécimos, ao longo deste ano. As empresas não são obrigadas a perguntar. E se os trabalhadores nada disserem o pagamento em duodécimos torna-se obrigatório. Por isso, se ainda não o fez, é melhor começar a pensar sobre o que vai decidir. Aqui ficam alguns argumentos a favor e contra.
Nova cisão na zona euro: advogados VS economistas
Wolfgang Schäuble exerceu advocacia durante seis anos. Fonte: Joshua Roberts/Bloomberg
Depois de alemães contra gregos, portugueses contra finlandeses, FMI contra Comissão Europeia e jovens contra velhos, emerge uma nova cisão na zona euro: advogados contra economistas. A acreditar na notícia da “Der Spiegel” (aqui no original), a formação profissional dos líderes europeus parece suscitar provocações nos bastidores da resolução da crise da moeda única.
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Portugueses começam 2013 menos confiantes
A Comissão Europeia deu hoje conta de uma ligeira queda na confiança dos portugueses. Os economistas do NECEP da Universidade Católica analisam os dados da Comissão evidenciando que o efeito “regresso aos mercados” ainda não terá sido capturado. José Miguel Moreira, do Montepio, diz que o efeito era esperado dado o impacto previsível do OE 2013.
Nota do editor: No “Reacção dos Economistas” pode ler, sem edição do Negócios, a análise aos principais indicadores económicos pelos gabinetes de estudos do Montepio, Millennium bcp, BPI, NECEP (Universidade Católica) e IMF, isto sem prejuízo de outras contribuições menos regulares. Esta é parte da “matéria-prima” com que o Negócios trabalha e que agora fica também ao seu dispor.
Democracia garante mais crescimento?
A resposta simples é “não”. Pelo menos segundo as conclusões do recente paper de Caroline Freund e Mélise Jaud. Calma, calma, não comece já a insultar-nos. Leia até ao fim.
As autoras, ambas do Banco Mundial, admitem que a literatura aponta duas conclusões distintas: comparações entre países mostram que não há impacto, estudos país-a-país mostram que existe uma correlação positiva. Freund e Jaud argumentam que os resultados mais positivos registados depois de uma transição para a democracia não se devem à alteração política, mas sim à própria mudança de regime. Utilizando um universo de 90 tentativas de democratização, observam que 45% são bem sucedidas, 40% falham e 15% atingem a democracia gradualmente (4 a 15 anos).
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