Gaspar já cortou 930 milhões na Educação
Ministro reconhece que Portugal “investiu de forma muito generosa” na sua educação Fonte: Bloomberg
Na conferência de imprensa de ontem, Vítor Gaspar desviou a pergunta sobre a sua saída do Governo dizendo:
Pela minha parte, a minha participação no Governo tem como único propósito retribuir ao País o enorme investimento que o País colocou na minha educação. A minha educação foi extraordinariamente cara e Portugal investiu na minha educação de forma muito generosa durante algumas décadas. É minha obrigação estar disponível para retribuir essa dádiva que o País me deu (…) Não tenho qualquer espécie de outra motivação.
Na melhor das hipóteses, a dívida ainda será demasiado elevada em 2030
Se tudo correr pelo melhor, a dívida pública portuguesa continuará a ser demasiado elevada dentro de 17 anos. A conclusão é da Comissão Europeia no relatório da quinta avaliação do programa de ajustamento nacional. Segundo a actualização das estimativas de evolução do endividamento, mesmo que a economia cresça a uma média de 3% ao ano – mais um ponto percentual que o cenário base – em 2030, a dívida pública ainda estará próxima dos 80% do PIB. Bem acima dos limites exigidos aos estados-membros da União Europeia.
Miguel Relvas quer reduzir freguesias mas falhou logo na terra natal
Miguel Relvas no Parlamento. Fonte: Bruno Simão/Negócios
A reforma das freguesias foi idealizada por Miguel Relvas e está em marcha: até à próxima segunda-feira, os 308 municípios têm de enviar uma proposta, para uma unidade técnica que funciona na Assembleia da República, em que propõem a redução que se deve fazer no município. A lei tem critérios quantitativos – leia-se percentagens mínimas de redução – que devem ser observados nessa proposta. Mas os protagonistas da reforma foram os primeiros a desrespeitá-la.
Multiplicadores orçamentais: erros que custam caro
Vítor Gaspar nas reuniões anuais do FMI em Washington no ano passado Fonte: Joshua Roberts/Bloomberg
Uma pequena caixa no último relatório semestral do FMI sobre a economia mundial (Box 1.1 do World Economic Outlook) causou impacto um pouco por todo o mundo. Olivier Blanchard, economista-chefe do Fundo e Daniel Leigh, também economista em Washington, confirmam um cenário temível: durante a Grande Recessão (desde 2007) os efeitos da austeridade sobre o crescimento têm sido muito superiores ao que se assumia até agora. São erros que custam caro. Que o diga Portugal que experimentou uma subida dramática do desemprego no último ano, contrariando todas as previsões da troika e do Governo.
O Orçamento mais bélico de sempre
Do napalm aos alicates, as medidas inscritas no Orçamento do Estado para 2013 provocaram reacções violentas de várias áreas do espectro ideológico. As metáforas bélicas foram o modo de ilustração preferido de políticos, economistas e comentadores.
António Bagão Félix, antigo ministro das Finanças
A ideia que se dá ao País é que não vale a pena investir no futuro, no trabalho, na dedicação, no profissionalismo, no êxito, no sucesso. Não, não vale a pena. Porque, a partir de uma determinada altura, é um napalm fiscal, arrasa tudo. É devastador.”
O que nós estamos em presença é de um terramoto fiscal. A única dúvida é, na escala de Richter, se é 7, que é destruidor; se é 8, que é devastador. Porque isto dá cabo da economia.