Arquivo mensal: Outubro 2012

Estudo da Economia precisa de mudar radicalmente

30/10/2012
Colocado por: Rui Peres Jorge

O Vox está a promover há algum tempo um debate sobre para que serve a economia e o que deve mudar no seu ensino. A este respeito, vale a pena ler um texto de Alan Kirman, Professor da Universite Paul Cezanne in Aix-en Provence. Algumas ideias: em vez de assumirem que a economia está naturalmente em equilíbrio e que por vezes é abalada por choques externos, os economistas deveriam admitir que “podem estar a lidar com um sistema que se auto-organiza e que, de tempos a tempos, experimenta grandes e rápidas mudanças”. No ensino da ciência, os economistas “deveriam gastar mais tempo a insitir na importância da coordenação como o principal problema das economias modernas, em vez da eficiência”. E, finalmente, “todos deveríamos lembrarnos de que o actual pensamento económico será um dia ensinado como história do pensamento económico”. Além disso, estamos também a ler:

 

2. 1892. A História é boa companheira em momentos históricos. Pedro Lains contribuiu revisitando a grande crise de pagamentos portuguesa do final do século XIX. Vale também a pena ler um exercício que fez há um ano sobre as necessidades de financiamento externo português: a crise dos 30?

 

3. Spain's bad bank lures investors with steep discounts. A Reuters dá conta de como o banco central espanhol planeia que o “bad bank” do país (que comprará aos bancos os maus créditos nos balanços) consiga captar o interesse de investidores privados. Os retornos podem chegar a 15%, diz o Banco de Espanha. A entrada de investidores privados é essencial para que o “bad bank” possa ficar fora das contas públicas.

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Draghi em entrevista para alemão ler


Colocado por: Rui Peres Jorge

 

Mario Draghi à esquerda com Norbert Lammert, president of the Bundestag, em frente ao Reichstag, o Parlamento alemão, que o Presidente do BCE visitou a semana passada Fonte: Michele Tantussi/Bloomberg 

 

Mario Draghi, o presidente do BCE, não dá muitas entrevistas. Esta semana foi uma rara oportunidade de o ler nesse registo. Sem surpresa, a entrevista foi concedida a uma revista alemã (Der Spiegel) e é, pelas perguntas e respostas, uma conversa para “alemão ler”: está lá o receio da inflação, o controlo sobre o desregramento orçamental do Sul, os riscos para a independência do BCE do novo programa de compra de obrigações, os embates com Weidmann (o presidente do Bundesbank), as taxas de juro baixas demais na Alemanha, e até o quanto Draghi gosta de passear nos museus de Frankfurt. Escolhemos aqui algumas passagens que podem ser relevantes para Portugal.

Finanças respondem ao Massa Monetária sobre contas do OE 2013

29/10/2012
Colocado por: Rui Peres Jorge

Num “post” publicado a 18 de Outubro no Massa Monetária argumentou-se que as contas apresentas pelo Governo no Orçamento não batiam bem. Face aos planos dados a conhecer em Setembro,haveria impostos a mais e despesa a menos. As conclusões decorriam da análise de documento oficiais. A história acabou por ser desenvolvida com recurso a fontes adicionais na edição de 23 de Outubro, dando conta de um recuo do Governo nos planos de cortes de despesa. Questionado a 22 de Outubro à tarde, a resposta das Finanças chegou no dia 24. A mesma nota comenta o post do massa monetária. Aqui fica a posição das Finanças e três comentários finais.

Governo esqueceu critérios de selecção de gestores hospitalares?

26/10/2012
Colocado por: Marlene Carrico

Foi, provavelmente, um dos pontos na área da saúde que causou maior perplexidade quando o memorando foi conhecido, em Maio do ano passado. O Governo teria de adoptar medidas para assegurar a selecção transparente de administradores hospitalares, que deveriam ter reconhecida experiência na matéria. Na quinta avaliação do memorando, este ponto desaparece.

O Orçamento Guronsan

24/10/2012
Colocado por: Bruno Simões

Depois da embriaguez vem a ressaca. É para isso que existe o medicamento Guronsan: para ajudar a aliviar a dor de cabeça provocada pela ingestão exagerada de álcool. Neste Orçamento do Estado, o raciocínio do Governo parece ser o mesmo: depois da farra do Partido Socialista, o Executivo faz as vezes de colega de quarto e oferece um documento de estratégia orçamental que tenta mitigar as dores da folia dos últimos anos.

 

Gaspar nos encontros de Tóquio, entre FMI e Banco Mundial. Fonte:  Haruyoshi Yamaguchi/Bloomberg