Estudo da Economia precisa de mudar radicalmente
O Vox está a promover há algum tempo um debate sobre para que serve a economia e o que deve mudar no seu ensino. A este respeito, vale a pena ler um texto de Alan Kirman, Professor da Universite Paul Cezanne in Aix-en Provence. Algumas ideias: em vez de assumirem que a economia está naturalmente em equilíbrio e que por vezes é abalada por choques externos, os economistas deveriam admitir que “podem estar a lidar com um sistema que se auto-organiza e que, de tempos a tempos, experimenta grandes e rápidas mudanças”. No ensino da ciência, os economistas “deveriam gastar mais tempo a insitir na importância da coordenação como o principal problema das economias modernas, em vez da eficiência”. E, finalmente, “todos deveríamos lembrarnos de que o actual pensamento económico será um dia ensinado como história do pensamento económico”. Além disso, estamos também a ler:
2. 1892. A História é boa companheira em momentos históricos. Pedro Lains contribuiu revisitando a grande crise de pagamentos portuguesa do final do século XIX. Vale também a pena ler um exercício que fez há um ano sobre as necessidades de financiamento externo português: a crise dos 30?.
3. Spain's bad bank lures investors with steep discounts. A Reuters dá conta de como o banco central espanhol planeia que o “bad bank” do país (que comprará aos bancos os maus créditos nos balanços) consiga captar o interesse de investidores privados. Os retornos podem chegar a 15%, diz o Banco de Espanha. A entrada de investidores privados é essencial para que o “bad bank” possa ficar fora das contas públicas.
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Draghi em entrevista para alemão ler
Mario Draghi à esquerda com Norbert Lammert, president of the Bundestag, em frente ao Reichstag, o Parlamento alemão, que o Presidente do BCE visitou a semana passada Fonte: Michele Tantussi/Bloomberg
Mario Draghi, o presidente do BCE, não dá muitas entrevistas. Esta semana foi uma rara oportunidade de o ler nesse registo. Sem surpresa, a entrevista foi concedida a uma revista alemã (Der Spiegel) e é, pelas perguntas e respostas, uma conversa para “alemão ler”: está lá o receio da inflação, o controlo sobre o desregramento orçamental do Sul, os riscos para a independência do BCE do novo programa de compra de obrigações, os embates com Weidmann (o presidente do Bundesbank), as taxas de juro baixas demais na Alemanha, e até o quanto Draghi gosta de passear nos museus de Frankfurt. Escolhemos aqui algumas passagens que podem ser relevantes para Portugal.
Finanças respondem ao Massa Monetária sobre contas do OE 2013
Num “post” publicado a 18 de Outubro no Massa Monetária argumentou-se que as contas apresentas pelo Governo no Orçamento não batiam bem. Face aos planos dados a conhecer em Setembro,haveria impostos a mais e despesa a menos. As conclusões decorriam da análise de documento oficiais. A história acabou por ser desenvolvida com recurso a fontes adicionais na edição de 23 de Outubro, dando conta de um recuo do Governo nos planos de cortes de despesa. Questionado a 22 de Outubro à tarde, a resposta das Finanças chegou no dia 24. A mesma nota comenta o post do massa monetária. Aqui fica a posição das Finanças e três comentários finais.
Governo esqueceu critérios de selecção de gestores hospitalares?
Foi, provavelmente, um dos pontos na área da saúde que causou maior perplexidade quando o memorando foi conhecido, em Maio do ano passado. O Governo teria de adoptar medidas para assegurar a selecção transparente de administradores hospitalares, que deveriam ter reconhecida experiência na matéria. Na quinta avaliação do memorando, este ponto desaparece.
O Orçamento Guronsan
Depois da embriaguez vem a ressaca. É para isso que existe o medicamento Guronsan: para ajudar a aliviar a dor de cabeça provocada pela ingestão exagerada de álcool. Neste Orçamento do Estado, o raciocínio do Governo parece ser o mesmo: depois da farra do Partido Socialista, o Executivo faz as vezes de colega de quarto e oferece um documento de estratégia orçamental que tenta mitigar as dores da folia dos últimos anos.
Gaspar nos encontros de Tóquio, entre FMI e Banco Mundial. Fonte: Haruyoshi Yamaguchi/Bloomberg