A dívida pública não interessa
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2012, segundo Pedro Bação, Emanuel Reis Leão e Nuno de Sousa Pereira
Na primeira semana de Janeiro o massa monetária publica as perspectivas para 2012 de mais uma dezena de economistas e especialistas em áreas económicas e financeiras. Tratam-se dos comentários que incluíram nas respostas ao inquérito anual que o Negócios lançou mais uma vez, e com o qual procurou perspectivar o que poderá vir a ser o ano que agora tem início.
Poderá ler no blogue do Negócios as opiniões de Octávio Teixeira, Bagão Félix, Pedro Lains, Miguel Frasquilho, Sandro Mendonça, Pedro Bação, Emanuel Reis Leão, Pedro Cassiano Santos, Miguel St. Aubyn, Cristina Casalinho, Pedro Rodrigues, Mariana Abrantes de Sousa e Nuno de Sousa Pereira.
Hoje, Pedro Bação (Universidade de Coimbra) não esconde preocupação e não exclui um desmembramento da Zona Euro, considerando que no curto prazo o melhor resultado para Portugal seria cumprir o plano da troika e assim conseguir “negociar um prazo mais alargado para reduzir o défice público, o que implicaria um aumento do valor do empréstimo”. Emanuel Reis Leão (ISCTE) coloca a tónica nos planos de refinanciamento europeus: são “o factor decisivo” diz. Finalmente Nuno de Sousa Pereira (EGP) avisa que as dificuldades do ano exigem “lideranças fortes e capazes de apresentarem projectos mobilizadores”.
Não há desculpa para a desigualdade na austeridade
Lisboa no final de Novembro de 2011 Fonte: Mário Proença/Bloomberg
Foi através de Pedro Lains que cheguei ao estudo, os Ladrões de Bicicletas deram conta dele dias depois e ontem, quando já trabalhava o tema, numa coincidência que afirmou a sua inevitabilidade, entrou-me na caixa de correio um artigo do Financial Times sobre o assunto: Portugal, o país mais desigual da Europa, foi aquele onde a austeridade aplicada pelo Governo foi mais regressiva em termos de distribuição de rendimentos. Ou, dito de outra forma: Portugal é o único país onde a austeridade exigiu mais aos mais pobres.
Como o anterior, o actual Governo garante que está apostado em garantir a equidade na austeridade . Veremos. Perante o diagnóstico e o conhecimento científico disponível, não há desculpa para a desigualdade na austeridade.
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Os números do ano (e da década)
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2012, segundo Miguel Frasquilho, Miguel St Aubyn e Sandro Mendonça
Na primeira semana de Janeiro o massa monetária publica as perspectivas para 2012 de mais uma dezena de economistas e especialistas em áreas económicas e financeiras. Tratam-se dos comentários que incluiram nas respostas ao inquérito anual que o Negócios lançou mais uma vez, e com o qual procurou perspectivar o que poderá vir a ser o ano que agora tem início.
Poderá ler no blogue do Negócios as opiniões de Octávio Teixeira, Bagão Félix, Pedro Lains, Miguel Frasquilho, Sandro Mendonça, Pedro Bação, Emanuel Reis Leão, Pedro Cassiano Santos, Miguel St. Aubyn, Cristina Casalinho, Pedro Rodrigues, Mariana Abrantes de Sousa e Nuno de Sousa Pereira.
Hoje, Miguel Frasquilho analisa 2012 avisando que “o ano poderá ser pior do que o antecipado na Zona Euro – o que se deverá, sobretudo, à falta de liderança política e à erosão da confiança dos investidores”, não vendo outra saída que não uma intervenção mais profunda do BCE. Quanto a Portugal admite que seja possível renegociar o pacote de ajustamento; Sandro Mendonça, economista e professor no ISCTE, considera que “é tempo de reconhecer que há algo de radicalmente disfuncional do sistema económico” e identifica os principais riscos que pendem sobre Portugal; e Miguel St Aubyn, professor no ISEG diz não espera que os “cenários mais extremos” como o desmembramento da Zona Euro “venham a ocorrer” – “Seriam demasiado graves as perturbações resultantes do fim deste projecto europeu para que os actuais governantes assumissem essa responsabilidade histórica”, justifica.