Passos Coelho: “Só vamos sair desta situação empobrecendo”
A afirmação de Passos Coelho parece mais de um economista (ver mais abaixo) do que de um primeiro-ministro. Mas este é o reflexo do plano de ajustamento que está a ser posto em curso e nisso Passos Coelho merece crédito pela frontalidade.
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Economistas ganharão menos 50% no Estado face a privado
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O Governo justificou o corte salarial no Estado com um estudo do Banco de Portugal que estima que os funcionários públicos ganham, em média, mais 15% que os trabalhadores no sector privado, já levando em consideração o nível de formação médio e as funções desempenhadas. É verdade? É. Mas o trabalho do Banco de Portugal não cauciona de forma alguma (este tipo de) corte salarial. Porquê? Porque a a distribuição salarial no Estado é muito heterogénea: com as reduções salariais de 2011 e 2012 os licenciados em Economia, por exemplo, ficarão a ganhar, em média, menos 50% no Estado do que no sector privado. Os juristas idem. Isto porque algumas das profissões centrais para a boa condução da Administração Pública (dirigentes incluindos) experimentavam, ainda antes dos cortes, prémios salariais negativos face ao sector privado que ultrapassam os 20%.
Este é um daqueles casos que lembram, por um lado, o anedotário popular sobre médias como medida de distribuição de rendimento, e por outro, o famoso provérbio “com a verdade me enganas”.
Trichet – um mandato falhado?
Dean Baker analisa o mandato de Jean-Claude Trichet à frente do BCE e “arrasa” com a prestação do francês. Para Baker, só uma avaliação muito restrita (inflação) permite dar boa nota ao homem que conduziu o euro durante grande parte da década anterior. De resto, Trichet limitou-se a ver a economia europeia afundar, sem “alertar” para as bolhas na habitação espanhola e irlandesa (no Guardian). Além disto, também estamos a ler:
1. Cristina Kirchner's Choice , por Roberto Guareschi. Uma análise da vitória da líder argentina e do que significam as suas políticas económicas para o futuro do país sul-americano (no Project Syndicate).
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Já não há gorduras no Estado
Ou, se as há, não é fácil descobri-las. Esta é, pelo menos, a primeira leitura a fazer do Orçamento do Estado de 2012, apresentado na semana passada ao Parlamento. O Governo tinha anunciado durante a campanha que queria colocar a “máquina” do Estado a gastar menos, mas o OE, que detalha as medidas já conhecidas e revela um conjunto de medidas adicionais, parece apontar numa direcção bem diferente.
Ainda o caso islandês
A Islândia, que tem tentado “driblar” a crise através da desvalorização da moeda, volta a ser tema de destaque no blogue de Krugman. O economista volta à carga e defende que ter moeda própria é uma forma muito mais eficaz – e menos dolorosa – de restabelecer o equilíbrio de uma economia sobrevalorizada. Why not the worst, por Paul Krugman (The Conscience of a Liberal). Também estamos a ler:
Crime, unemployment and peer effects, por Chris Dillow. Um post acerca da razão pela qual o crime não tem subido tanto quanto seria de esperar tendo em conta o desemprego, e um alerta para o futuro (Stumbling and Mumbling)
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