Pecados e virtudes da austeridade

19/07/2012
Colocado por: Rui Peres Jorge

Daniel Gros faz hoje uma crítica no Vox ao manifesto anti austeridade de Krugman/Layard, recebendo em troca uma resposta ácida de Simon Wren-Lewis. Gros pega no valor dos défices orçamentais e de crescimento do Reino Unido, EUA e Zona Euro e, perante a situação económica semelhante em que se encontram argumenta que a política orçamental não foi muito restritiva (nem muito importante) e não penalizou em exagero o crescimento. Defende ainda que “sem as medidas de consolidação a dívida pública tornar-se-ia insustentável”. Wren-Lewis responde que a lógica de comparação directa entre países feita por Gros é “é o tipo de exemplos que usamos para convencer os nossos alunos de que deveriam tirar uma cadeira de econometria”. Defende que a austeridade é recessiva e contraproducente, e só deveria acontecer quando o crescimento estiver consolidado. E no que diz respeito à sustentabilidade, as taxas de juros pedidas pelos investidores não corroboram a identificação desse risco. Além disto, também estamos a ler:

 

2. Tradable sectors in Eurozone periphery countries did not underperform in the 2000s. Guillaume Gaulier, Daria Taglioni, Vincent Vicard, do Banco Mundial e do Banco de França, defendem no Vox que os problema nos países do Sul não é (nem foi) falta de de competitividade no sector exportador. O problema foram excessos salariais nos não transaccionáveis, os quais ditaram aumentos de importações insustentáveis.

 

3. España podrá recurrir al dinero del rescate para la compra de deuda pública. O El País teve acesso aos memorandos do resgate espanhol. O dinheiro que receberão poderá até ser usado para comprar dívida pública em mercado secundário. Os documentos estão a ser discutidos nos parlamentos alemão, holandês e finladês, mas ão no espanhol, nota o jornal.

 

4. Analysis: Spain's leader could learn some lessons from Portugal. A Reuters diz que Portugal é muito melhor a comunicar com os mercados e a agradar à troika do que Espanha. Isso acontece em parte porque Pedro Passos Coelho “ganhou uma reputação de obdiência rigorosa à políticas lideradas pela Alemanha de duros cortes em gastos sociais”.   

 

5. In support of a European banking union, done properly: A manifesto by economists in Germany, Austria and Switzerland. Uma carta de varios economisas do Norte, com Michael Burda à cabeça, contra a carta dos 172 economistas alemães que se opuseram à união bancária.

 

6. Coalition presents united front. A coligação grega acordou medidas de austeridade de 11,5 mil milhões de euros para os próximos dois anos, garante o Kathimerini, que ainda não tem pormenores.

 

   

 

 

 

 

Rui Peres Jorge