É o que se chama tirar com uma mão para dar com outra. O vice-primeiro-ministro português justificou hoje em Macau que a nova contribuição das empresas energéticas ocorre “num momento extraordinário” e lembrou que as empresas chinesas a operar em Portugal vão beneficiar da descida do IRC.
Eis a explicação de Paulo Portas:
Numa declaração durante o seminário “No caminho da internacionalização”, hoje em Macau, Paulo Portas referiu-se á contribuição extraordinária do sector energético, que afecta a EDP, dominada pela China Three Gorges, separando os compromissos assinados pelo governo português da “circunstância excepcional” que o país vive.
“Portugal nunca aceitaria alterações de natureza contratual ou regulatória porque Portugal gosta de honrar a sua palavra e os seus compromissos”, afirmou o vice-primeiro-ministro.
“Outra coisa são alterações de natureza fiscal que se justificam por uma circunstancia excepcional, num momento extraordinário e onde se tem de pedir mais a quem pode mais para se ter autoridade para pedir aos demais — e isso aconteceu”, prosseguiu, lembrando que ocorreu também “uma alteração a nível fiscal”, que “é boa para todas as empresas, incluindo para as empresas chinesas que operam em Portugal, que foi a descida do IRC nos próximos quatro anos”.
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