* Nota: o INE avisa que há quebras de estrutura nestes dados com “alterações significativas no que respeita ao plano de amostragem, dimensão e rotação da amostra, calibração dos resultados e a nível conceptual e do questionário” entre as várias séries temporais. Foram usadas aqui quatro séries: 1983 a 1991; 1992 a 1998; 1998 a 2010; 2011. Fonte: INE
Algumas notas rápidas sobre o desemprego de hoje: quase 800 mil pessoas sem emprego. No quarto trimestre, o número de desempregados atingiu os 771 mil, mais 96 mil que os valores registados no segundo trimestre do ano, imediatamente antes da entrada em funções do Governo de Passos Coelho e da intervenção da troika.
Se considerarmos como desempregados também os indivíduos que respondem ao INE que, estando sem emprego, querem trabalhar embora não tenham procurado emprego no último mês, então no último trimestre do ano passado ultrapassámos o milhão de desempregados (1,059 milhões para ser rigoroso).
A taxa de desemprego nacional é de 14%, mas entre os jovens já vai em 35%.
Aqui ficam excertos da análise do próprio INE hoje divulgada (bolds nossos):
A população empregada totalizou 4 735,4 mil pessoas, tendo registado um decréscimo de 118,3 mil (2,4%), no 4º trimestre de 2011. Para este resultado contribuíram (…):
–A diminuição do número de empregados do sexo masculino (82,5 mil), que explicou 69,7% da variação ocorrida no emprego total.
–A diminuição de 79,5 mil empregados dos 15 aos 34 anos.
–O número de empregados dos restantes grupos etários também diminuiu, embora o seu contributo para a redução global do emprego tenha sido menor.
A população desempregada, estimada em 771,0 mil pessoas, registou um acréscimo de 11,8% (81,4 mil pessoas), no 4º trimestre de 2011. Para este resultado contribuíram (…):
– O aumento do número de homens desempregados (50,7 mil), que explicou 62,3% da variação ocorrida no desemprego total.
– O número de mulheres desempregadas aumentou menos (30,6 mil).
– O aumento de desempregados dos 25 aos 34 anos e do desemprego jovem (15 a 24 anos), num total de 54,1 mil pessoas.
No 4º trimestre de 2011, as taxas de desemprego mais elevadas foram registadas nas regiões do Algarve (17,5%), Autónoma dos Açores (15,1%), Lisboa (14,7%) e Norte (14,1%). A taxa de desemprego aumentou em todas as regiões, com exceção da Região Autónoma da Madeira, face ao trimestre anterior, e à semelhança do sucedido globalmente para Portugal
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