Notícias sobre a morte défice externo são claramente exageradas

31/08/2012
Colocado por: Rui Peres Jorge

De
imediato ficámos com o país equilibrado, com a balança de transacções
correntes em zero, o que é extraordinário. A confirmar-se será um dos
ajustamentos mais rápidos das economias avançadas recentes, melhor até
que outros países que tiveram sucesso com os mesmos programas, mas
demorando mais tempo, o que nos deixa bastante confiantes em relação ao
futuro

 

António Borges, 30 de Agosto de 2012

 

O Governo tem por várias vezes evidenciado o bom resultado na frente
externa no primeiro semestre do ano (traduzido numa redução homóloga de
80% no défice externo, medido pelo saldo conjunto das balanças correntes
e de capital). Perante o desaire orçamental que se adivinha, esta
evolução deverá ainda ganhar mais destaque nas próximos meses. Esta
semana António Borges, conselheiro do Governo, declarou mesmo a morte do
défice externo nacional. Essa corre no entanto o risco de ser uma
notícia exagerada. Os dados conhecidos até agora apontam para a difícil
sustentabilidade dos resultados conseguidos.

O caso de Vera Pereira. Quem tem direito ao emprego?

28/08/2012
Colocado por: Catarina Almeida Pereira

O caso está a ganhar dimensão nas redes sociais. Em causa está uma oferta de emprego disponível no portal Net Emprego, do IEFP, que além de descrever as características do posto de trabalho tinha a seguinte indicação: “Outros conhecimentos: só atribuir a Vera Pereira”. Tal como aqui foi divulgado.

 

A oferta surge no âmbito do programa Estímulo 2012, que prevê que o IEFP financie 50% ou 60% do salário (até um máximo de 419,22 euros mensais, durante seis meses) na contratação de desempregados inscritos nos centros de emprego há mais de seis meses.

 

 

Os candidatos apresentados pela empresa devem ou não ter preferência? 

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Lições de banca japonesa: a dor estará só a começar

24/08/2012
Colocado por: Rui Peres Jorge

Uma análise da revista “The Banker”
traça o paralelismo entre a crise bancária no Japão nos anos 90 e a
actual situação europeia. Em ambos casos um “boom” económico e
imobiliário deram lugar a dolorosos processos de desalavangem no sistema
financeiro. Da comparação, conclui-se que a crise bancária europeia
está para ficar e também que “os bancos europeus enfrentam um desafio
maior que os seus equivalentes japoneses no inicio dos anos 90”. Em termos de rendibilidade, escrevem mesmo os especialistas da revista, “pode estar só a começar para a Europa”.

 

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IMI: prepare-se para pagar (muito) mais

22/08/2012
Colocado por: Elisabete Miranda

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Muito oportunamente, a DECO, através da revista Direitos e Dinheiro, enviou ao Governo e ao Parlamento uma análise que fundamenta a sua preocupação sobre os efeitos da reavaliação geral dos imóveis urbanos. Lembra a entidade que, embora a medida seja justa e necessária, a forma como foi modelada terá efeitos desproporcionados e iníquos.   

 

Nós por cá já dedicámos numerosos artigos técnicos e de opinião no Negócios, sublinhando não só as regras principais com que os contribuintes se deparam, como as suas consequências financeiras – soubemos recentemente pela Comissão Europeia que o Governo espera, no final do processo, que a receita de IMI dispare 60%, mais 700 milhões de euros por ano, para um total de 1,9 mil milhões de euros.

 

Porque se trata de uma medida com efeitos ao retardador, e de significativo impacto orçamental, não será demais recapitular as questões mais relevantes. Aqui fica uma súmula.

Draghi falha na comunicação?

20/08/2012
Colocado por: Rui Peres Jorge

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Mario Draghi numa conferência mensal do BCE Fonte: Hannelore Foerster/Bloomberg 

 

 

The ECB is ready to do whatever it takes to preserve the euro. And believe me, it will be enough

 

Mario Draghi, 26 de Julho

 

Como bem sintetizou Charles Wyplosz recentemente, o desempenho de Mario Draghi à frente do BCE tem sido impressionante. Desde que chegou a Frankfurt, em Novembro, o Presidente do banco central contornou as dificuldades de liquidez de final de ano com empréstimos de três anos nunca antes feitos pelo banco central, conseguiu que os líderes europeus avançassem com o pacto orçamental e com os primeiros passos de uma união bancária (na qual deverá desempenhará um papel central de supervisão) e, nas últimas semanas, abriu caminho à compra em larga escala de obrigações do Tesouro de países do euro, algo impensável há poucos meses.

 

A dimensão e amplitude das medidas é criticada pelos que têm uma visão mais conservadora do papel do BCE – enervando naturalmente o presidente do Bundesbank. Mas há uma outra dimensão da actuação de Draghi que tem começado a ser notada: a avaliação da sua (in)capacidade de comunicar  e de garantir que o BCE comunica com clareza. O último episódio está ligado à garantia que deu no final de Julho, num discurso em Londres, de que o BCE tudo fará para salvar o euro.