Nova cisão na zona euro: advogados VS economistas
Wolfgang Schäuble exerceu advocacia durante seis anos. Fonte: Joshua Roberts/Bloomberg
Depois de alemães contra gregos, portugueses contra finlandeses, FMI contra Comissão Europeia e jovens contra velhos, emerge uma nova cisão na zona euro: advogados contra economistas. A acreditar na notícia da “Der Spiegel” (aqui no original), a formação profissional dos líderes europeus parece suscitar provocações nos bastidores da resolução da crise da moeda única.
22
Portugueses começam 2013 menos confiantes
A Comissão Europeia deu hoje conta de uma ligeira queda na confiança dos portugueses. Os economistas do NECEP da Universidade Católica analisam os dados da Comissão evidenciando que o efeito “regresso aos mercados” ainda não terá sido capturado. José Miguel Moreira, do Montepio, diz que o efeito era esperado dado o impacto previsível do OE 2013.
Nota do editor: No “Reacção dos Economistas” pode ler, sem edição do Negócios, a análise aos principais indicadores económicos pelos gabinetes de estudos do Montepio, Millennium bcp, BPI, NECEP (Universidade Católica) e IMF, isto sem prejuízo de outras contribuições menos regulares. Esta é parte da “matéria-prima” com que o Negócios trabalha e que agora fica também ao seu dispor.
Democracia garante mais crescimento?
A resposta simples é “não”. Pelo menos segundo as conclusões do recente paper de Caroline Freund e Mélise Jaud. Calma, calma, não comece já a insultar-nos. Leia até ao fim.
As autoras, ambas do Banco Mundial, admitem que a literatura aponta duas conclusões distintas: comparações entre países mostram que não há impacto, estudos país-a-país mostram que existe uma correlação positiva. Freund e Jaud argumentam que os resultados mais positivos registados depois de uma transição para a democracia não se devem à alteração política, mas sim à própria mudança de regime. Utilizando um universo de 90 tentativas de democratização, observam que 45% são bem sucedidas, 40% falham e 15% atingem a democracia gradualmente (4 a 15 anos).
12
O que foi feito do crescimento?
Economia portuguesa tem reagido de forma mais negativa à austeridade. Fonte: Mário Proença/Bloomberg
O crescimento económico parece estar a tornar-se uma espécie de mito sebastiânico do Portugal pós-crise financeira. Nos seis anos entre 2008 e 2013, conta-se um de criação de riqueza, outro de estagnação e quatro de recessão. 2014 continua a ser um grande ponto de interrogação.
Desde o início do programa da troika, a dimensão das revisões de estimativas de evolução do PIB tem sido impressionante. Neste ano e meio, 2013 deixou de representar o momento de arranque de uma retoma robusta, para passar a ser mais um ano abaixo da linha de água. 2014 passou do ano com maior crescimento anual do PIB desde 2000, para estar cada vez mais próximo da estagnação.
Todos de olhos postos na próxima emissão e no BCE
O primeiro passo de Portugal de regresso aos mercados foi um sucesso. Paula Carvalho, do BPI,
sublinha que o “regresso de Portugal aos mercados é um marco
importante”, evidencia os riscos que estão pela frente e aponta para o
programa de compra de dívida pública do BCE (OMT) como uma peça central
na recuperação do acesso ao mercado. Filipe Garcia, da IMF, também
salienta o papel importante que o OMT pode vir a desempenhar no regresso
de Portugal aos mercados.
Nota
do editor: No “Reacção dos Economistas” pode ler, sem edição do
Negócios, a análise aos principais indicadores económicos pelos
gabinetes de estudos do Montepio, Millennium bcp, BPI, NECEP
(Universidade Católica) e IMF, isto sem prejuízo de outras contribuições
menos regulares. Esta é parte da “matéria-prima” com que o Negócios
trabalha e que agora fica também ao seu dispor.