Nove previsões da Comissão que enterram o plano inicial da troika
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Os chefes de missão: Rasmus Ruffer (BCE), Jurgen Kroeger (Comissão Europeia) e Abebe Selassie (FMI) Fonte: Negócios
As
previsões económicas da Comissão Europeia divulgadas na semana passada
foram um balde de água sobre a estratégia europeia anti-crise e vieram
evidenciar que o desafio do ajustamento português é provavelmente maior
do que se admitia. Passamos em revista as nove previsões que fazem
estremecer o programa de ajustamento português, do défice acima do
esperado ao descalabro do desemprego e acabando com o sucesso no défice
externo. Qualquer semelhança com o plano inicial é pura coincidência.
A importância de Monti para Bruxelas é exagerada?
Como já aqui demos conta, Olli Rehn endereçou recentemente aos ministros das Finanças europeus
uma carta onde explanou sobre o maior enfoque que a Comissão Europeia
passará a dar aos ajustamentos estruturais no défice orçamental, abrindo
assim a porta a alguma flexibilização nos objectivos nominais de
défice. A carta sublinha, contudo, que a consolidação orçamental e a
estabilidade política são elementos centrais para sair da crise. Mas a
mensagem de Rehn – escrita a poucos dias das eleições italianas – foi
também um voto de confiança de Bruxelas a Mario Monti. Será que a importância de Monti, como descrita por Rehn, é exagerada?
A vingança de Grillo: veja a piada que o expulsou da TV italiana
O excelente resultado de Beppe Grillo nas eleições legislativas italianas carrega uma dose significativa de ironia, com uns pozinhos de justiça karmica. Apenas três anos depois de ter criado o “Movimento 5 Estrelas”, o ex-comediante transformou-o no maior partido de Itália, conquistando mais de um quarto dos eleitores e tornando-se na força política chave para decidir o futuro de Itália.
Grillo correu contra os esforços de austeridade, propondo reformas do sistema político e um referendo à saída do euro. Recheados de sátira e populismo, os seus comícios misturam política económica e stand up, propostas sérias com manguitos aos outros candidatos. No entanto, a sua grande bandeira é a luta contra a corrupção. Curiosamente, foi exactamente esse o tema que fez com que fosse expulso da televisão pública italiana há quase 27 anos.
Comissão, BCE e Osborne defendem as suas políticas
Mario
Draghi, presidente do BCE e Olli Rehn, comissário europeu dos assuntos
financeiros e monetários, numa reunião do Eurogrupo Fonte: Jock Fistick /
Bloomberg
Num momento em que dos defensores das políticas de austeridade na Europa estão sob forte pressão, vale a pena revisar os principais argumentos que BCE, Comissão e Governo britânico têm apresentado.
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Dias difíceis para os austeritários
Mario
Draghi, presidente do BCE (esq. costas); George Osborne, ministro das
Finanças do Reino Unido (esq. centro); Jean-Claude Juncker,
ex-presidente do Eurogrupo (dir. centro) e Olli Rehn, comissário europeu
dos assuntos monetários e financeiros (dir. costas) numa reunião do
Ecofin Fonte: Jock Fistick /Bloomberg
A última semana foi dura para os “austeritários” europeus. Em poucos dias David Cameron, que mereceu um dos primeiros posts deste blogue, viu a Moody’s cortar a notação máxima ao Reino Unido
pelo primeira vez deste 1978; em Itália, Monti está a caminho de uma
derrota humilhante nas eleições legislativas; e na sexta-feira a
Comissão Europeia reviu em baixa as perspectivas económicas para Europa e
diz-se surpreendida.
Os críticos da estratégia europeia não
perderam tempo aos que chamam de “austeritários” e entre eles estão
nomes de peso na cena internacional, como Krugman, De Grauwe, Portes e
Munchau.
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