OCDE: recessão sem fim à vista

10/10/2011
Colocado por: Rui Peres Jorge

O indicador avançado da OCDE dá conta de um agravar das condições económicas em Portugal e, talvez mais importante, também nas restantes economias avançadas. Bárbara Marques, do Millennium bcp, explica este indicador que procura antecipar o andamento da actividade económica nos próximos seis a nove meses. 

  

Nota do editor: No “Reacção dos Economistas” pode ler, sem edição do Negócios, a análise aos principais indicadores económicos pelos gabinetes de estudos do Montepio, Millennium BCP, BPI e NECEP (Universidade Católica), isto sem prejuízo de outras contribuições menos regulares. Esta é parte da “matéria-prima” com que o Negócios trabalha e que agora fica também ao seu dispor. 

  

Bárbara Marques  – Gabinete de Estudos Económicos do Millennium bcp

 

1. O indicador avançado da OCDE para Portugal desceu em Agosto pelo sétimo mês consecutivo, situando-se nos 97,98 contra os 98,82 verificados em Julho. Esta informação confirma as projecções avançadas por outras instituições (p.e. Banco de Portugal) de que a economia portuguesa se encontra em recessão e ainda sem evidenciar indícios de possível inversão de trajectória.

2. Este indicador procura antecipar pontos de inflexão da actividade económica num horizonte temporal de 6 a 9 meses e dá sinais sobre a orientação do ciclo económico no curto prazo. Contudo, não permite avaliar a intensidade do crescimento económico, i.e., o facto do valor apresentado para Portugal estar ao nível do mínimo histórico verificado em Outubro de 2009, não nos permite tecer considerações sobre as características desta recessão.

3. Relativamente aos dados avançados para actividade económica global, este indicador apresenta um comportamento semelhante a outros indicadores avançados, actuando mais como confirmação dos sinais já transmitidos, por exemplo, pelos inquéritos de confiança a consumidores e empresários, que, após o abrandamento do crescimento global no primeiro semestre, recolocam alguns países no limiar de expansão da actividade.
 

Rui Peres Jorge