Estará Mario Draghi a fazer “bluff” sobre os seus planos para salvar o euro? Esta é a pergunta que o Free Exchange deixa no ar. Vejamos porquê. Apesar de defender uma união bancária em toda a sua força (o que a teoria defende que implica supervisão comum de bancos e seguro pan-euro de depósitos comum) o Presidente do BCE parece estar a suavizar as condições dessa união, nomeadamente não defendendo um seguro de depósitos comum. Noutra frente, Draghi também parece cada vez mais relutante em usar o novo mecanismo de compra de obrigações aprovado pelo BCE, sinalizando que a condicionalidade associada será forte e que, mesmo com ela, não há garantias de intervenção do BCE, como sublinhou ontem para o caso espanhol. Além disso estamos também a ler:
2. EconoTrolls: An Illustrated Bestiary. Noah Smith faz uma inspirada caracterização das várias espécies de economistas. Vale (mesmo) a pena ler;
3. Target2 para miúdos. O Pedro Romano trocou-nos por outras paragens: vale a pena continuar a lê-lo agora no seu “Desvio Colossal”. Neste post salienta um dos temas mais quentes da política monetária: quem deve o quê a quem entre os bancos centrais do euro.
4. Reinhart-Rogoff vs. Bordo-Haubrich (with grandstanding by John Taylor). Também por Noah Smith fica a análise a um dos último embates sobre se os EUA estão a recuperar desta crise mais rápido ou mais devagar do que em crises anteriores;
5. Fact-checking financial recessions: US-UK update. Se nos EUA há espaço para debate sobre se recuperação económica nesta crise é melhor ou pior que no passado, no Reino Unido não há dúvidas: é muito pior, escrevem Moritz Schularick e Alan Taylor no Vox. Parece começar a desenhar-se a resposta a um dos primeiros “posts” do Massa Monetária.
6. Semantics and the Debt Burden. Vamos lá ver se nos entendemos: dívida não é necessariamente um fardo para a geração futura! O debate regressa à agenda com frequência, mas nunca é demais analisá-lo e António Fatas fá-lo bem.
7. Self-defeating austerity? Ninguém quer ser Portugal, mas podemos todos acabar mais próximo da Grécia. Dawn Holland e Jonathan Portes analisam no Vox o processo coordenado de consolidação orçamental na Europa e escrevem que a Europa pode esatr num pacto suícida.
- Carlos Costa e o colapso do BES. Negligente ou injustiçado? - 23/03/2017
- Os desequilíbrios excessivos que podem tramar Portugal - 21/03/2017
- A década perdida portuguesa em sete gráficos - 15/12/2016