Parece de propósito, mas não é. O Congressional Budget Office dos EUA fez um estudo que replica aquilo que o Banco de Portugal fez para Portugal: uma comparação exaustiva de salários entre sector público e privado, controlando variáveis como anos de escolaridade, experiência e localização geográfica. Lá, como cá, as conclusões apontam no sentido de um prémio substancial no sector público, que ronda os 20%. Sobre o estudo do BdP, que foi recentemente “revisitado” através de uma abordagem mais fina, já escrevemos aqui. Além disso, também estamos a ler:
2. Neville Chamberlain was right, por John Bradford DeLong. A “austeridade expansionista” tem vindo a perder adeptos, à medida que vários estudos restringem cada vez mais as circunstâncias em que esta pode acontecer. À partida contudo, o Reino Unido até parece reunir os ingredientes correctos: enquadramento institucional sólido, regime de câmbios flexíveis e taxas de juro baixas. Se nem aqui a austeridade estimula a economia, onde é que se espera que isso aconteça? A pergunta de DeLong é feita no Project Syndicate.
3. A crisis in two narrative, por Raghuram Rajan. Há duas formas de ver a crise: como um choque de procura que exige resposta keynesiana ou como um problema de falta de oferta para preferências que mudaram ao longo do tempo e que foram “mascaradas” por bolhas especulativas. Neste artigo, o antigo economista-chefe do FMI explica a mecânica das duas teorias e respectivas implicações (no Project Syndicate).
4. Eurozone problems, por Paul Krugman. Crise do euro: dívida privada exorbitante, desequilíbrios macroeconómicos entre o Sul e o Norte, preços relativos em divergência, austeridade mal amanhada e uma taxa de câmbio fixa com a qual é impossível lidar. Uma explicação alternativa da actual crise, feita pelo Nobel da Economia de 2008 em vários slides (no The Conscience of a Liberal).
5. The coming resolution of the Eurozone crisis, por Fred Bergsten e Jacob Kirkegaard. Os economistas defendem neste artigo que a crise do euro é apenas um “game of chicken” entre os principais actores – Grécia, Alemanha, FMI, BCE e Comissão. Nenhum destes actores tem incentivos para assegurar a resolução da crise neste momento, já que isso obrigá-lo-ia a assumir uma fatia maior dos custos. No final, contudo, um acordo é certo (no Vox.eu).
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