São vários os economistas que insistem que, apesar dos primeiros passos para uma união bancária na Zona Euro serem positivos, os resultados da cimeira são insuficientes. Munchau insiste é precisa a intervenção do BCE ou um aumento significativo da capacidade financeira dos fundos europeus. Manasse alinha. Gros, por seu lado, sublinha que faltam vários elementos a esta união bancária, nomeadamente um fundo de insolvência comum e avisa que a Europa tem caminhar mais depressa se quer salvar o euro. A complicar as coisas, estão o cepticismo finlandês e holandês e as criticas abertas à união bancária de economistas alemães como Werner Sinn.
Quem tem estado em silêncio no pós-cimeira é o FMI (dias antes tinha defendido a união bancária e mais integração orçamental). Hoje, no seu site, além de uma avaliação à Alemanha a quem pede mais consumo interno, a instituição divulgou um “paper” onde analisa as cinco principais propostas de “Eurobonds” apresentadas até agora. A saber: as “Blue-Red Bonds de Delpla and Von Weizsäcker; as European Safe Bond (ESBies) propostas pelo grupo de economistas euro-nomics onde está Ricardo Reis; o Fundo de Amortização de Dívida do Conselho de Sábios alemão e as “Eurobills” de Hellwig e Philippon (que já aqui destacámos) e as Obrigações de Estabilidade da Comissão Europeia. Além disso, estamos também a ler:
2. IMF Lowers U.S. Growth Projections to 2 Percent. A Bloomberg dá nota da avaliação do FMI à maior economia do mundo onde a instituição avisa para os riscos da política orçamental interna e dos impactos da crise de dívida europeia;
3. Europe’s Banking Chief Wields New Power in Crisis. O New York Times faz um perfil de Draghi, o homem que ganhou mais poder com a Cimeira Europeia da semana passada;
4. Why the EU summit decisions may destabilise government bond markets. Paul De Grauwe desfere um duro ataque aos resutlados da Cimeira e ao BCE, argumentando que falta a estabilidade financeira está longe de salvaguardada;
5. Massive fraud of EU funds rarely reported by member states. Os governos estão a esconder cada vez mais informação sobre fraudes com fundos estruturais, queixa-se o organismo de fiscalição europeu, segundo o EU Observer;
6. What utter self-serving drivel, Brad Delong! Steve Keen, no Real World Economics, lembra a Brad Delong quem é que de facto vinha criticando a fundo ao modelo neoliberal que diz ter conduzido à crise;
- Carlos Costa e o colapso do BES. Negligente ou injustiçado? - 23/03/2017
- Os desequilíbrios excessivos que podem tramar Portugal - 21/03/2017
- A década perdida portuguesa em sete gráficos - 15/12/2016