Empresários menos pessimistas sobre o investimento

09/07/2013
Colocado por: Rui Peres Jorge

Depois de uma forte queda em 2012, empresários esperam novo recuo este ano, embora menor que em 2012. Os dados do inquérito semestral do INE aos empresários apontam para um recuo puxado essencialmente pela PME. Filipe Garcia, da IMF, analisa que “o investimento apenas poderá ter um comportamento mais positivo perante perspetivas de aumento da procura, sobretudo das PME”.

 

Nota do editor: No “Reacção dos Economistas” pode ler, sem edição do Negócios, a análise aos principais indicadores económicos pelos gabinetes de estudos do Montepio, Millennium bcp, BPI, NECEP (Universidade Católica) e IMF, isto sem prejuízo de outras contribuições menos regulares. Esta é parte da “matéria-prima” com que o Negócios trabalha e que agora fica também ao seu dispor.   

 

 

Filipe Garcia – Informação de Mercados Financeiros

 

O inquérito, elaborado antes da crise política da semana passada, mostra um continuar das tendências já em curso há algum tempo, nomeadamente:

 

1. Melhoria gradual da situação, ainda que se continue a esperar uma contração do investimento como um todo.

 

2. As baixas expetativas quanto à procura, sobretudo interna, continuam a ser um dos principais obstáculos ao investimento.

 

3. Predominância do investimento de reposição e modernização, por oposição ao investimento de aumento de capacidade ou de raiz.

 

4. Assimetria sectorial, francamente notória no que diz respeito à construção, imobiliário e serviços financeiros e beneficiando a industria exportadora, nomeadamente na refinação e maquinaria.

 

5. Assimetria sectorial no investimento em pessoal, com as pequenas e médias empresas a denotar grandes dificuldades, ao contrário que as grandes empresas estão a aumentar de dimensão em termos de pessoal. Daqui resulta que, para além das questões relativas ao crédito – o autofinanciamento continua a ser a principal fonte de financiamento para o investimento das empresas inquiridas – o investimento apenas poderá ter um comportamento mais positivo perante perspetivas de aumento da procura, sobretudo das PME, o que não tem sucedido e de uma inversão na construção, que parece longe de suceder.

 

Daqui resulta que, para além das questões relativas ao crédito – o autofinanciamento continua a ser a principal fonte de financiamento para o investimento das empresas inquiridas – o investimento apenas poderá ter um comportamento mais positivo perante perspetivas de aumento da procura, sobretudo das PME, o que não tem sucedido e de uma inversão na construção, que parece longe de suceder.

Rui Peres Jorge