E se tivéssemos euros e dracmas ao mesmo tempo?

04/11/2011
Colocado por: Rui Peres Jorge

Harold James, professor em Princeton e no Instituto Europeu de Florença, propõe que pensemos na seguinte proposta: e se a par do euro, permitissemos que a Grécia introduzisse de novo o dracma, permitindo uma desvalorização cambial (ainda que parcial) na economia grega. As duas moedas seriam aceites internacionalmente, mas o dracma valeria menos, e os gregos teriam os seus salários serem pagos em dracmas. Num artigo no Project Syndicate, James escreve “manter um leque de escolha entre moedas num enquadramento tanto nacional como internacional parece estranho e contra-intuitivo. Mas pode ser feito – e de facto já foi – e pode ser notavelmente bem sucedido a satisfazer a grande procura por estabilidade”. Vale a pena ler esta perspectiva histórica sobre várias moedas europeias, uma ideia que de resto já apareceu várias vezes nesta crise. Além disso, estamos também a ler:

 

2. Draghi faz diferente de Trichet… (Free exchange)

 

3. … mas Krugman avisa (aqui e aqui) que não há sinais de mudanças fundamentais em Frankfurt (Conscience of a Liberal)

 

4. Esta não é uma crise de dívida, mas sim uma crise nas instituições importantes do ponto de vista sistémico, analisa Chris Dillow (Stumbling and Mumbling) 

  

5. Uma boa (e preocupada) análise aos juros e às pressões que Espanha e Itália enfrentam (Nada es Gratis

 

6. Europa tem de avançar com obrigações europeias sem risco, defendem no Euro-nomics Markus K. Brunnermeier (Princeton University), Luis Garicano (London School of Economics), Philip R. Lane (Trinity College Dublin), Marco Pagano (University of Naples Federico II), Ricardo Reis (Columbia University), Tano Santos (Columbia University), David Thesmar (Hautes Etudes Commerciales, Paris), Stijn van Nieuwerburgh (NYU), Dimitri Vayanos (London School of Economics). Ricardo Reis explica a proposta num artigo no Dinheiro Vivo.

 

7. O referendo grego visto como a revolta dos devedores contra a ditadura dos credores, por Daniel Gros (Project Syndicate)

 

8. Em “Four principles on how europe should deal with Greece” Nikos Tsafos propõe quatro princípios, entre os quais não afastar o “default”, não permitir a saída do euro e não abandonar a condicionalidade (Greek Default Watch)

 

9. “The Greek Revolt: good news for euro” de Charles Wyplosz, defende que a crise grega é uma óptima oportunidade para a Europa fazer as reformas que adiou durante uma década. (VoxEU.org)

 

10. Bancos começam a desfazer-se das suas posições na Europa emergente, salienta Joseph Cotterill (FT Alphaville)

 

11. Os republicanos dizem que a retoma não surge porque os investidores têm medo do ambiente regulatório que vem aí; os democratas dizem que é por falta de procura. Com as taxas de juro do tesouro negativas em termos reais, David Andolfatto, no MacroMania, diz que é possível encontrar um ponto de convergência entre as duas partes: investimento público (com um juro real de 0%, de certeza que será possível encontrar projectos com rentabilidades superiores a esse valor).

 

 

 

Rui Peres Jorge