O Governo português virou o “polegar para baixo” na altura de decidir se a desvalorização fiscal seguir em frente, apesar do impacto positivo que, segundo vários estudos, a medida poderia ter. A decisão foi em contraciclo com o que se passa no resto da Europa: a Irlanda utilizou um mecanismo semelhante e a França já anunciou que tenciona implementar uma desvalorização fiscal.

 

Agora, o próprio FMI voltou ao tema, com um estudo acerca da evidência empírica a favor da desvalorização fiscal. “Fiscal devaluation” and Fiscal consolidation: the VAT in troubled times já está disponível no site do Fundo e reforça a ideia de que esta pode ter sido uma oportunidade perdida. Deixamos, em baixo, as principais conclusões.

 

“The empirical evidence presented here, though by no means entirely robust and subject to lingering endogeneity concerns, suggests that revenue-neutral shifts from the employers’ social contribution towards the VAT in Eurozone countries could indeed improve the trade balance, with quite sizable short-run effects. As expected, the effects disappear in the long run, so that the case for such shifts rest largely on their potential to accelerate adjustment to deeper underlying problems. What is important, however, is that the data do seem to show evidence of the effects that theory predicts“.