A frase em si é banal – Portugal acabou de aceitar um empréstimo a dois anos e meio com uma taxa de juro próxima dos 6% –, mas vinda de Costa Pina, o secretário de Estado do Tesouro, para quem todas as emissões têm sido um sucesso – como aqui notámos em Janeiro e ficou evidente na sua mais recente entevista (ver abaixo) – pode mesmo significar uma mudança de sentimento no Governo.
Vale a pena ler todo o bloco da entrevista ao Económico, mas aqui fica a primeira pergunta e resposta:
Os mercados continuam a desconfiar de Portugal?
Não me parece que se trate especificamente de algum tipo de desconfiança em relação a Portugal. Há muita turbulência e irracionalidade no funcionamento dos mercados, mas se olharmos para aquilo que são os fundamentais da nossa situação económica e financeira não vemos razões para esse tipo de desconfiança. E se há alguma desconfiança é relativamente aquilo que venha a ser a capacidade da Europa para dar uma resposta eficaz e rápida aos desafios que temos pela frente.
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