Entrevistas e outras notas sobre a saída do euro
Olli Rhen, comissário europeu e Didier Reynders, ministro das Finanças belga, numa cerimónia de comemoração em Bruxelas da adesão da Estónia ao euro de Julho 2010. A Estónia é o 17º e mais recente membro da união monetária, o euro circula no país desde Janeiro deste ano. Fonte: Bloomberg
Nos tempos que correm, o jornalismo económico é empurrado para novos desafios na sua função de verificador: além de verificar a realidade como sempre lhe deve ser exigido, é lhe também pedido que verifique a plausabilidade de cenários futuros. Foi o que o Negócios tentou fazer hoje com o trabalho “E se Portugal saísse do euro?”. A resposta é uma cenarização complexa e subjectiva. Ficam também muitas dúvidas por responder: umas porque não conseguimos ser claros e sintéticos, outras porque são impossíveis de antecipar. Para quem estiver interessado no tema, aqui ficam alguns dos elementos que usámos, incluindo as entrevistas a Ricardo Cabral, da Universidade da Madeira, Eric Dor, da Universidade Católica de Lille e Charles Wyplosz, director do Centro Internacional para Estudos Monetários e Financeiros de Genebra.
Guia prático para a saída do euro
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Entre a literatura que já foi sendo produzida sobre o cenário de abandono do euro por parte de um dos seus membros, e que já aqui assinalámos, vale a pena ler o ensaio de Eric Dor, responsável pelo departamento de investigação da IESE School of Management, da Universidade Católica de Lille.
Uma folga de 2.000 milhões de euros
Fonte: Pedro Elias/Negócios
A polémica em torno da suposta “folga orçamental” que os fundos de pensões da banca permitem ao Governo na gestão do Orçamento do Estado pode ser menos complicada do que parece.
Seis mil milhões é muita massa: para onde vai?
O Estado vai encaixar cerca de seis mil milhões de euros naquela que é, de longe, a maior receita extraordinária da história: a transferência de fundos de pensões da banca confirmada na sexta-feira. Perante tamanha operação, o Governo pouco explicou sobre as suas diversas dimensões, divulgando informação avulso. Mas afinal o que já se sabe sobre a operação? Quando e para onde vai o dinheiro?
Impacto no défice orçamental de medidas extraordinárias desde 2000
Fonte: Banco de Portugal *O facto de existirem despesas extraordinárias (a vermelho) com impacto positivo no défice (2000, 2002, 2007, 2008), decorre de algumas receitas de capital, como vendas de concessões, serem inscritas em contas nacionais como “despesa negativa”. Em 2010 é o único ano em que se registam medidas extraordinárias com impacto negativo significativo no défice (quase dois mil milhões): são o BPN e BPP.
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Quanto vale a equidade nos sacrifícios?
Para quem há menos de quatro meses ouviu o Governo a argumentar que os juros e os dividendos não podiam ser sujeitos à “sobretaxa extraordinária de IRS” que vai ser cobrada sobre os rendimentos deste ano, sob pena de se espantar o investimento e de se ameaçar a poupança nacional, a decisão anunciada esta semana de subir as taxas liberatórias sobre esses mesmos rendimentos é intrigante.
Créditos: Miguel Baltazar/Negócios