Arquivo da categoria: Em teoria

Novidades na investigação económica

Quão ricardianos são os portugueses?

21/01/2011
Colocado por: Pedro Romano

Qual vai ser o impacto da consolidação das contas públicas de 2011 no crescimento económico? Uma parte deste efeito é directo, através da quantidade de bens e serviços comprados pelo Estado; mas outra parte depende da forma como os restantes sectores institucionais reagirem às restrições orçamentais impostas.

E a se a banda larga tivesse prejudicado as notas de secundário

11/01/2011
Colocado por: Rui Peres Jorge

Pelos vistos foi mesmo isto que aconteceu em Portugal. Como podem ler na edição de hoje do Negócios, a introdução de banda larga nas escolas portuguesas entre 2005 e 2009 implicou uma deterioração das notas, com maior impacto nos rapazes. A razão: a distracção que chega com o acesso a internet e que exigirá um cuidado especifico por parte do sistema de educação. Este é o resultado de um recente estudo apresentado no ISEG. O texto da edição de hoje segue em baixo:

 

“A introdução de banda larga nas escolas – uma das bandeiras dos executivos de José Sócrates na política de edcação – teve um impacto negativo generalizado nas notas dos exames nacionais de português e matemática do 9º e 12º anos, com maior impacto nos rapazes do que nas raparigas. Esta é a principal conclusão de um artigo recente assinado por Rodrigo Belo, Pedro Ferreira e Rahul Telang, da Carnegie Mellon University e das Universidades Técnica e Católica.

 

No estudo “Impact of Broadband in Schools: Evidence from Portugal” – que será submetido em breve para publicação na revista “Review of Economics and Statistics” e que foi apresentado na semana passada no ISEG – os autores escrevem que “em média, as notas baixaram cerca de 7,7% entre 2005 e 2008 e cerca de 6,3% entre 2005 e 2009 devido ao uso de banda larga”.

 

A explicação é simples: “o nosso argumento central para um declínio no desempenho dos estudantes é o de que a banda larga cria distracções”, escrevem. Este efeito é mais sentido entre rapazes do que raparigas, o que vai ao encontro “de um  inquérito que indica que é mais provável os rapazes dedicarem-se a actividades que os distraiam do que as raparigas”.

 

Face a estes resultados, os autores concluem que não basta introduzir novidades tecnológicas nas escolas para melhorar o ensino: “os nossos resultados sugerem que a introdução desta tecnologia no ambiente escolar tem de ser complementada com políticas que a integrem no sistema de educação de forma a promover o uso produtivo da Internet”. Só assim, avisam, será possível que o acesso a banda larga “complemente o estudo tradicional em vez de ser usada para lazer”. E continuam: “Isto pode ser especialmente verdade para os estudantes no inicio do secundário que, sem monitorização adequada, poderão envolver-se em actividades que os distraiam”, escrevem como remate.

 

Este é o primeiro estudo conhecido que avalia o impacto desta linha de força da política de educação em Portugal nos últimos anos. E se os resultados surpreendem pela negativa, os autores fazem questão de sublinhar que, quando a análise passou a incluir mais um ano, (de 2005 a 2008 para 2005 a 2009) o impacto negativo atenuou-se, “o que pode significar que este efeito [negativo] por desvanecer com o tempo””

Há muito mais pobres em Portugal do que se diz

20/12/2010
Colocado por: Rui Peres Jorge

Há muitos mais pobres em Portugal do que se pensa. Um recente artigo publicado pelo ISEG estima que cerca de 10% da população com um rendimento superior ao mediano enfrenta privação material, isto é, não tem acesso a bens básicos para a sua integração e participação social. A conclusão é de Carlos Farinha Rodrigues e Isabel Andrade num trabalho intitulado: “Monetary Poverty, Material Deprivation and Consistent Poverty in Portugal” .