Pedro Santos Guerreiro: “Vendem-se os anéis. E os diamantes”
por Pedro Santos Guerreiro, psg@negocios.pt
O Negócios acaba de noticiar que o Grupo Espírito Santo vendeu a Escom, a sua participada em Angola, que inclui os seus negócios nos diamantes, energia, imobiliário, obras públicas… Não se sabe ainda pormenores sobre o “encaixe” – e que destino ele terá. Mas não é preciso ser bruxo para reconhecer uma venda de activos.
João Galamba: “Plano B, precisa-se”
Nota editor: João Galamba, do Jugular, aceitou o convite do massa monetária e, até ao final de Fevereiro, publicará os seus posts também nesta casa.
A chamada crise da dívida soberana é uma ficção política com um objectivo muito claro: permitir manter a ilusão de que, salvo alguns ajustamentos pontuais, a arquitectura institucional da zona euro está, na sua essência, correcta. Isto permitiu transformar um sintoma – a desconfiança dos mercados em relação à solvabilidade dos países periféricos, que se reflectiu numa subida do seu custo de financiamento – na causa do problema: porque os países periféricos quebraram os seus compromissos, estão a ser justamente penalizados e têm de mostrar, através da sua própria vontade, que são capazes de inverter a situação e recuperar a confiança dos mercados.
Agora sim, os testes à banca serão sérios
1) Pita Barros defende as novas taxas na Saúde;
2) Mankiw olha para a mobilidade económica e social nos EUA e Europa
3) WSJ olha para a dança de cadeiras no BCE (ainda antes da saída de Trichet); A Bloomberg também
4) Krugman pergunta: pode a Europa ser salva?
5) Um resgate a Portugal só vai piorar a crise europeia (pode também gostar de ler algumas das opiniões em “uma questão de solvência“)
6) A China emprestou mais dinheiro a economias em desenvolvimento do que o Banco Mundial
7) Agora sim, os testes à banca serão sérios, diz BCE
9) China lança curso anti-corrupção
Uma questão de solvência
Apesar dos recentes sucessos, as taxas de juro em mercado secundário, sejam irlandesas ou gregas, sejam portuguesas, espanholas ou belgas mantêm-se teimosamente próximas de máximos. Uma explicação plausível para este comportamento dos investidores encontra-se no cepticismo crescente sobre a probabilidade de sucesso dos actuais e futuros planos de resgate na Europa
Rogoff: “O único problema é que não se pode pedir às populações da Grécia, Irlanda, Portugal, e talvez Espanha que sofram indefinidamente…”
Num texto publicado ontem no Financial Times, Kenneth Rogoff, ex-economista chefe do FMI, analisa as perspectivas cambiais no mundo para 2011. para o fazer, Rogoff evidencia as contradições de política económica adoptadas nos EUA, Europa e China. Sobre o Velho Continente diz que “é difícil saber por onde começar” no elencar de problemas, razão pela qual defende que “o euro parece preparado para vencer a corrida para baixo”. Entre as contradições está a forma como a Zona Euro parece estar a pedir aos periféricos que sofram indefinidamente.