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Rui Peres Jorge

Sobre Rui Peres Jorge

Rui Peres Jorge é jornalista da secção de Economia do Negócios e editor do “massa monetária”. Começou no Semanário Económico em 2002. É mestre em Economia Monetária e Financeira pelo ISEG e pós-graduado em Contabilidade Pública, Finanças Públicas e Gestão Orçamental pelo IDEFE/ISEG, duas das suas áreas de especialização em jornalismo. Conta com cursos de formação em jornalismo económico na Universidade de Columbia em Nova Iorque (Citi Journalistic Excellence Award, 2009) e em jornalismo no Committee of Concerned Journalists em Washington (Bolsa da FLAD, 2010). Ganhou vários prémios na sua área de especialização. Lecciona a cadeira de Jornalismo Económico na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica. Nasceu em 1977 e vive em Lisboa.

O artigo que ia tramando Mário Draghi

03/11/2011
Colocado por: Rui Peres Jorge

O Negócios publicou ontem um trabalho de balanço sobre mandato de Trichet e os desafios que se colocam a Mário Draghi. Amanhã avançaremos com um perfil mais detalhado do italiano que tomou esta semana o controlo do BCE. Dessas pesquisas recuperamos aqui um artigo académico que Draghi assinou em 2002 (com Francesco Giavazzi e Robert Merton), e que lhe veio a dar muitas dores de cabeça quase dez anos depois, quando concorreu à liderança do banco central.

 

Em 2002, Mário Draghi foi contratado pelo Goldman Sachs para um cargo de vice-presidente na divisão internacional do banco (Foi aí colega de António Borges, também vice-presidente no Goldman Sachs Internacional, e que é hoje o homem forte do FMI para a Europa). Alguns meses depois da contratação, o italiano assina um artigo com os dois notáveis académicos, um deles prémio Nobel, no qual defendia o uso de derivados financeiros pelos governos como forma de optimizar a gestão da dívida pública (no NBER e aqui em versão gratuita).

 

Os problemas para Draghi surgiram pelo facto do Goldman Sachs ter sido acusado de fomentar e ajudar a Grécia a esconder o verdadeiro nível da sua dívida pública usando derivados financeiros

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O artigo que Krugman gostava de ter escrito (e que Draghi deve ler)

02/11/2011
Colocado por: Rui Peres Jorge

Nos últimos dias o Negócios publicou uma entrevista a Paul De Grauwe em duas levas: na sexta-feira, o professor da Universidade Católica de Leuven  considerou insuficientes os resultados da Cimeira Europeia da semana passada; e hoje insiste que o BCE tem de dizer que estará disposto a avançar com poder financeiro total e enquanto for preciso“. 

 

Apesar de decisões históricas na Europa (impensáveis há dois anos, por exemplo), a crise continua a alastar, com os juros italianos a disparar. Um artigo académico do professor belga publicado em Abril ajuda a perceber o porquê. Paul Krugman diz que gostava de ter sido ele a escrever esse texto que na essência defende que, ao entrar na Zona Euro, um país adopta uma moeda estrangeira, colocando-se numa situação de vulnerabilidade que só é experimentada pelas economias emergentes. Daí a importância do BCE.

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Cimeira abriu o caminho a uma recessão de grande dimensão

28/10/2011
Colocado por: Rui Peres Jorge

A Cimeira deste semana evitou que a bomba que pendia sobre a Zona Euro explodisse nos próximos dias e isso é uma vitória. Mas à medida que as horas passam sobre os resultados anunciados na madrugada de quinta-feira, fica cada vez mais claro que estamos muito longe de uma solução credível de médio longo prazo para a crise europeia. Richard Baldwin, no Vox, faz uma análise aos pontos fortes (reestruturação grega, sinal de empenho no reforço do capital dos bancos e uma maior capacidade do FEEF de dar cobertura politica à actuação do BCE) e fracos (demasiada pressão sobre os bancos o que forçará um choque de crédito e austeridade acrescida Itália e Espanha – ambas conduzirão a uma recessão maior) do pacote apresentado esta semana. Em síntese, diz Baldwin, os líderes europeus evitaram que a bomba explodisse, mas abriram caminho a uma recessão de grandes dimensões em 2012. Para Portugal isto significa que, muito possivelmente, o risco de reestruturação aumentou – uma possibilidade admitida por vários economistas ouvidos pelo Negócios. Além disto, estamos também a ler:   

 

1. Vamos ter mais cimeiras em breve, diz a The Economist

 

2. Os líderes estão a decidir em torres de marfim e o BCE tem de ser chamado, escreveu De Grauwe ainda antes da cimeira (VOX)

 

3. O sistema de seguro sobre risco de incumprimento não vai funcionar, avisa Gros (VOX)

 

4. Mais do mesmo, lamenta Guido Tabellini (VOX)

 

5. “Um copo meio cheio” de Guntram Wolf é uma das análises mais optimistas à Cimeira (Bruegel)

 

6. Nuno Teles defende que foi um “péssimo acordo” (Ladrões de Bicicletas)

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