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Rui Peres Jorge

Sobre Rui Peres Jorge

Rui Peres Jorge é jornalista da secção de Economia do Negócios e editor do “massa monetária”. Começou no Semanário Económico em 2002. É mestre em Economia Monetária e Financeira pelo ISEG e pós-graduado em Contabilidade Pública, Finanças Públicas e Gestão Orçamental pelo IDEFE/ISEG, duas das suas áreas de especialização em jornalismo. Conta com cursos de formação em jornalismo económico na Universidade de Columbia em Nova Iorque (Citi Journalistic Excellence Award, 2009) e em jornalismo no Committee of Concerned Journalists em Washington (Bolsa da FLAD, 2010). Ganhou vários prémios na sua área de especialização. Lecciona a cadeira de Jornalismo Económico na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica. Nasceu em 1977 e vive em Lisboa.

Austeridade e inflação andam juntas em Portugal

11/11/2011
Colocado por: Rui Peres Jorge

A inflação disparou este mês com aumento dos preços de energia e gás. Bárbara Marques, do Millennium bcp, explica que electricidade e gás, mas também os medicamentos, contribuem para a inflação homóloga de 4,2% Outubro e evidencia que este valor poderá implicar que a taxa média de inflação de 2011 fique acima dos 3,5%. Para 2012 o aumento de preços poderá ser mais brando, mas não muito: é que os aumentos de impostos indirectos e de outras taxas deverão ditar um aumento de preços novamente significativo.

 

Nota do editor: No “Reacção dos Economistas” pode ler, sem edição do Negócios, a análise aos principais indicadores económicos pelos gabinetes de estudos do Montepio, Millennium BCP, BPI e NECEP (Universidade Católica), isto sem prejuízo de outras contribuições menos regulares. Esta é parte da “matéria-prima” com que o Negócios trabalha e que agora fica também ao seu dispor.  

 

Consumidor português perdido em combate


Colocado por: Rui Peres Jorge

O reequilíbrio da economia da economia, afastando-se da sua excessiva dependência da procura interna, está a levar o seu caminho com o programa de ajustamento como pano de fundo

 

Comissão Europeia, previsões de Outono de 2011

 

Uma das características centrais do processo de ajustamento económico em curso passa por uma forte contracção do consumo. Em certa medida, os consumidores são as principais “baixas” nacionais na guerra contra uma crise que pegou numa economia desequilibrada e a arremessou ao chão de forma estrondosa. As últimas previsões (e diagnóstico) da Comissão Europeia são disso um espelho – vários indicadores explicam a maior queda do consumo privado ocorrida democracia.

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Propostas para partir a Zona Euro

09/11/2011
Colocado por: Rui Peres Jorge

 

Fonte: Wolfgang von Brauchitsch/Bloomberg News, Jean-Claude Juncker, presidente do eurogrupo, numa reunião em 2008

 

Segundo a Reuters, o casal Merkozy estará a discutir a possibilidade de partir a Zona Euro e avançar com uma união monetária a duas velocidades. A opção, ainda que considerada distante pela maioria, tem vindo a merecer atenção crescente nos meios intelectuais. 

 

Como comentava há uns dias um quadro comunitário ao Negócios, uma saída de qualquer país da Zona Euro só acontecerá quando ou os governos do euro, ou o país, ou o BCE concluírem que não têm mesmo outra saída para a crise. As razões são naturalmente políticas, mas também muito práticas: os actuais níveis de endividamento intra Zona Euro (infografia do New York Times a não perder, via Baseline Scenario) implicariam perdas demasiados elevadas e arriscadas. E é por isso que, por enquanto, as fugas de informação de Merkozy parecem mais uma resposta/ameaça à revolta dos devedores que os gregos podem representar, como bem vincou Gros.

 

Ainda, assim, dado o assustador avanço da crise da dívida soberana, que esta semana pôs de joelhos a Itália – com mais dívida que todos os outros periféricos juntos – o cenário de desmoronamento da Zona Euro nunca esteve tão próximo. E com ele têm surgem várias propostas, de natureza muito diferente, para um reforma radical da Zona Euro. Vale a pena olhar para elas.

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Exportações de bens já pagam 74% das importações


Colocado por: Rui Peres Jorge

As exportações portuguesas abrandaram o ritmo de crescimento, mas ainda assim avançaram mais de 10% em termos homólogos.  Bárbara Marques, do Millennium bcp, realça que o forte dinamismo das exportações por oposição ao das importações, dará este ano um forte contributo para um reequilíbrio do défice externo e salienta que os destinos fora da UE já explicam 25% das exportações. A economista avisa, contudo, que há algumas nuvens no horizonte que é preciso analisar com cuidados nos próximos meses. Rui Bernardes Serra, do Montepio, diz que apesar da ligeira degradação na frente externa, Setembro registou o mais baixo défice externo desde Julho de 2004. Ambos os economistas esperam um contributo positivo da frente externa para o crescimento da economia no terceiro trimestre.

 

Nota do editor: No “Reacção dos Economistas” pode ler, sem edição do Negócios, a análise aos principais indicadores económicos pelos gabinetes de estudos do Montepio, Millennium BCP, BPI e NECEP (Universidade Católica), isto sem prejuízo de outras contribuições menos regulares. Esta é parte da “matéria-prima” com que o Negócios trabalha e que agora fica também ao seu dispor.  

E se tivéssemos euros e dracmas ao mesmo tempo?

04/11/2011
Colocado por: Rui Peres Jorge

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Harold James, professor em Princeton e no Instituto Europeu de Florença, propõe que pensemos na seguinte proposta: e se a par do euro, permitissemos que a Grécia introduzisse de novo o dracma, permitindo uma desvalorização cambial (ainda que parcial) na economia grega. As duas moedas seriam aceites internacionalmente, mas o dracma valeria menos, e os gregos teriam os seus salários serem pagos em dracmas. Num artigo no Project Syndicate, James escreve “manter um leque de escolha entre moedas num enquadramento tanto nacional como internacional parece estranho e contra-intuitivo. Mas pode ser feito – e de facto já foi – e pode ser notavelmente bem sucedido a satisfazer a grande procura por estabilidade”. Vale a pena ler esta perspectiva histórica sobre várias moedas europeias, uma ideia que de resto já apareceu várias vezes nesta crise. Além disso, estamos também a ler:

 

2. Draghi faz diferente de Trichet… (Free exchange)

 

3. … mas Krugman avisa (aqui e aqui) que não há sinais de mudanças fundamentais em Frankfurt (Conscience of a Liberal)

 

4. Esta não é uma crise de dívida, mas sim uma crise nas instituições importantes do ponto de vista sistémico, analisa Chris Dillow (Stumbling and Mumbling) 

  

5. Uma boa (e preocupada) análise aos juros e às pressões que Espanha e Itália enfrentam (Nada es Gratis

 

6. Europa tem de avançar com obrigações europeias sem risco, defendem no Euro-nomics Markus K. Brunnermeier (Princeton University), Luis Garicano (London School of Economics), Philip R. Lane (Trinity College Dublin), Marco Pagano (University of Naples Federico II), Ricardo Reis (Columbia University), Tano Santos (Columbia University), David Thesmar (Hautes Etudes Commerciales, Paris), Stijn van Nieuwerburgh (NYU), Dimitri Vayanos (London School of Economics). Ricardo Reis explica a proposta num artigo no Dinheiro Vivo.