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Rui Peres Jorge

Sobre Rui Peres Jorge

Rui Peres Jorge é jornalista da secção de Economia do Negócios e editor do “massa monetária”. Começou no Semanário Económico em 2002. É mestre em Economia Monetária e Financeira pelo ISEG e pós-graduado em Contabilidade Pública, Finanças Públicas e Gestão Orçamental pelo IDEFE/ISEG, duas das suas áreas de especialização em jornalismo. Conta com cursos de formação em jornalismo económico na Universidade de Columbia em Nova Iorque (Citi Journalistic Excellence Award, 2009) e em jornalismo no Committee of Concerned Journalists em Washington (Bolsa da FLAD, 2010). Ganhou vários prémios na sua área de especialização. Lecciona a cadeira de Jornalismo Económico na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica. Nasceu em 1977 e vive em Lisboa.

Importações penalizam economia

09/12/2011
Colocado por: Rui Peres Jorge

A recessão no terceiro trimestre foi afinal pior que o esperado. José Miguel Moreira, do Montepio, analisa os dados revelados hoje pelo INE, nos quais destaca o desempenho das importações, que cresceram 2,4% em cadeia, apesar da contracção da procura interna.    

   

Nota do editor: No “Reacção dos Economistas” pode ler, sem edição do Negócios, a análise aos principais indicadores económicos pelos gabinetes de estudos do Montepio, Millennium BCP, BPI e NECEP (Universidade Católica), isto sem prejuízo de outras contribuições menos regulares. Esta é parte da “matéria-prima” com que o Negócios trabalha e que agora fica também ao seu dispor.  

 

Entrevistas e outras notas sobre a saída do euro

07/12/2011
Colocado por: Rui Peres Jorge

 

Olli Rhen, comissário europeu e Didier Reynders, ministro das Finanças belga, numa cerimónia de comemoração em Bruxelas da adesão da Estónia ao euro de Julho 2010. A Estónia é o 17º e mais recente membro da união monetária, o euro circula no país desde Janeiro deste ano. Fonte: Bloomberg
     

Nos tempos que correm, o jornalismo económico é empurrado para novos desafios na sua função de verificador: além de verificar a realidade como sempre lhe deve ser exigido, é lhe também pedido que verifique a plausabilidade de cenários futuros. Foi o que o Negócios tentou fazer hoje com o trabalho “E se Portugal saísse do euro?”. A resposta é uma cenarização complexa e subjectiva. Ficam também muitas dúvidas por responder: umas porque não conseguimos ser claros e sintéticos, outras porque são impossíveis de antecipar. Para quem estiver interessado no tema, aqui ficam alguns dos elementos que usámos, incluindo as entrevistas a Ricardo Cabral, da Universidade da Madeira, Eric Dor, da Universidade Católica de Lille e Charles Wyplosz, director do Centro Internacional para Estudos Monetários e Financeiros de Genebra.

Seis mil milhões é muita massa: para onde vai?

05/12/2011
Colocado por: Rui Peres Jorge

O Estado vai encaixar cerca de seis mil milhões de euros naquela que é, de longe, a maior receita extraordinária da história: a transferência de fundos de pensões da banca confirmada na sexta-feira. Perante tamanha operação, o Governo pouco explicou sobre as suas diversas dimensões, divulgando informação avulso. Mas afinal o que já se sabe sobre a operação? Quando e para onde vai o dinheiro?

 

Impacto no défice orçamental de medidas extraordinárias desde 2000

 

 

Fonte: Banco de Portugal *O facto de existirem despesas extraordinárias (a vermelho) com impacto positivo no défice (2000, 2002, 2007, 2008), decorre de algumas receitas de capital, como vendas de concessões, serem inscritas em contas nacionais como “despesa negativa”. Em 2010 é o único ano em que se registam medidas extraordinárias com impacto negativo significativo no défice (quase dois mil milhões): são o BPN e BPP.

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Voltar ao escudo

30/11/2011
Colocado por: Rui Peres Jorge

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Ao centro Elena Salgado (ministra das Finanças de Espanha, por enquanto) e Mário Monti (novo primeiro ministro italiano) ladeados ontem por Olli Rehn (Comissário Europeu) e Juncker (líder do eurogrupo): é deles que depende o futuro do euro. Fonte: Jock Fistick/Bloomberg

 

 

Ontem foi a maior plataforma electrónica cambial do mundo a dizer que está a “limpar o pó” aos seus sistemas antigos e a testá-los para funcionar com dracmas (e outras moedas que não transaccionam há mais de uma década…). Hoje, são os líderes de grandes empresas multinacionais a afirmarem no Financial Times que já se estão a preparar essa contingência. Também hoje noticiamos no Negócios que alguns reputados economistas também já discutem em Lisboa o fim do euro, ou pelo menos a saída portuguesa. João Ferreira do Amaral, por exemplo, defende uma saída após uma estabilização da crise (através da emissão de euro obrigações e de uma intervenção do BCE), defendendo a entrada de Portugal no sistema europeu de taxas de câmbio II, uma decisão que precisaria do apoio das autoridades europeias, nomeadamente do BCE, de forma a garantir uma desvalorização cambial suave através de um mecanismo de crawling peg. Os dias até à cimeira da sexta-feira dia 9 serão intensos, e vamos ouvir falar muito mais do fim do euro ou, pelo menos, de possíveis saídas de certos países. Os desafios técnicos e económicos de uma saída do euro são imensos. Aqui ficam alguns dos artigos que estamos a ler (e a reler) sobre o tema:

 

2. O banco Nomura divulgou há dias um relatório que circulou o mundo onde analisa os riscos de redenominação do euro em novas moedas nacionais. A ideia central é a de que os investidores devem ter presente que há três elementos a ter em conta face a este risco: 1) no caso de uma saída do euro, o mais provável seria que os contratos regidos pela Lei nacional deveriam passar para a nova moeda, enquanto os contratos regidos por outra Lei, ficariam em euros; 2) um país que saia sem acordo dos parceiros, poderá ficar em apuros; 3) uma desintegração total do euro seria caótica.

Desalavancar, sim. Mas quanto?

29/11/2011
Colocado por: Rui Peres Jorge

 

Fonte: Simon Dawnson/Bloomberg

 

Nos últimos trinta anos, somando estes três sectores [Estado, empresas e familias], o rácio de dívida sobre PIB nas economias avançadas tem aumentado sem parar de 167% do PIB em 1980 para 314% hoje, ou seja, a uma média de 5 pontos percentuais do PIB por ano nas últimas três décadas. Dadas as actuais políticas e tendências demográficas, é difícil ver que esta tendência se inverta num futuro próximo. Devemos ficar preocupados? Quais são as consequências reais de um aumento tão rápido nos níveis de dívida? E quando é que os impactos negativos se começam a sentir?

Cecchetti, Mohanty e Zampolli, “The real effects of debt”, BIS, Setembro de 2011 

 

 

O economista chefe do Banco de Pagamentos Internacionais (BIS) e dois dos responsáveis pela análise económica na instituição levam mais longe os trabalhos de Rogoff e Reinhart sobre o limite de dívida pública, estimando também limites para as dívidas das empresas e das famílias a partir dos quais o endividamento começa a penalizar o crescimento.