2012, segundo Mariana Abrantes de Sousa e Pedro Cassiano Santos
Durante esta primeira semana de Janeiro o massa monetária publicou as perspectivas para 2012 de mais uma dezena de economistas e especialistas em áreas económicas e financeiras. Tratam-se dos comentários que incluíram nas respostas ao inquérito anual que o Negócios lançou mais uma vez, e com o qual procurou perspectivar o que poderá vir a ser o ano que agora tem início.
Poderá assim ler no blogue do Negócios as opiniões de Octávio Teixeira, Bagão Félix, Pedro Lains, Miguel Frasquilho, Sandro Mendonça, Pedro Bação, Emanuel Reis Leão, Pedro Cassiano Santos, Miguel St. Aubyn, Cristina Casalinho, Pedro Rodrigues, Mariana Abrantes de Sousa e Nuno de Sousa Pereira.
A terminar a sequência estão as opiniões de Mariana Abrantes de Sousa, economistas e consultora financeira, que avisa que o desafio principal para Portugal tem de ser vingar no mercado exportador: “Ou exportamos mais bens e serviços… ou exportamos pessoas”, avisa; e de Pedro Cassiano Santos, advogado na Vieira de Almeida e especialista em questões financeiras, espera que 2012 seja difícil, mas que seja também o ano em que se verá “uma luz ao fundo do túnel”.
Prever a economia e os mercados a partir da internet
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O mundo muda muito depressa, habituámo-nos a ouvir. E de facto muda tão depressa que quem já não sentiu que muitos dos indicadores económicos que são publicados chegam atrasados. Como se podem tomar decisões com dados que dizem respeito a semanas, por vezes meses antes? Os institutos de estatística tentam fazer o seu melhor. Os investidores procuram cada sinal. E os investigadores pesquisam novas medidas. E é nessa frente que a internet pode ajudar. Escreve Rebecca Hellerstein da Fed de Nova Iorque: “Recent academic research suggests that counts of Internet searches for certain words or phrases can predict some macroeconomic data releases. In this post, we show that Internet search counts can also predict some financial market data releases, as well as future price movements in some financial markets”. Além disto, estamos também a ler:
2. Alguém diga aos alemães: a compra de obrigações não cria inflação (The Business Insider)
3. Nada mau… grandes bancos norte-americanos a caminho de um aumento de lucro de 57% em 2012 (The Big Picture)
4. A crise e blogosfera abrem a porta às correntes heterodoxas da economia (The Economist)
2012, segundo Cristina Casalinho e Pedro Rodrigues
Na primeira semana de Janeiro o massa monetária publica as perspectivas para 2012 de mais uma dezena de economistas e especialistas em áreas económicas e financeiras. Tratam-se dos comentários que incluíram nas respostas ao inquérito anual que o Negócios lançou mais uma vez, e com o qual procurou perspectivar o que poderá vir a ser o ano que agora tem início.
Poderá ler no blogue do Negócios as opiniões de Octávio Teixeira, Bagão Félix, Pedro Lains, Miguel Frasquilho, Sandro Mendonça, Pedro Bação, Emanuel Reis Leão, Pedro Cassiano Santos, Miguel St. Aubyn, Cristina Casalinho, Pedro Rodrigues, Mariana Abrantes de Sousa e Nuno de Sousa Pereira.
Hoje, Cristina Casalinho, economista-chefe do Banco BPI, quantifica o enorme desafio que o País enfrenta: “Portugal terá de fazer o maior ajustamento de procura doméstica com que se defrontou nos últimos dois séculos”, diz, avisando que para o sucesso será necessário o empenho de famílias, empresas e Estado. Pedro Rodrigues, economista e professor no ISCSP considera que o “ano correrá melhor que o esperado”, e admite que Portugal consiga estender o prazo do seu ajustamento orçamental. Para isso, a execução do primeiro semestre de 2012, conhecida pela altura do verão, será essencial.
Aprender com a Islândia
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Porto de Reykjavikna Islândia em Setembro de 2011 Fonte: Paul Taggart/Bloomberg
Há uns dias publicámos no Negócios um trabalho sobre o anunciado empobrecimento português comparando a evolução de algumas das principais variáveis económicas com as registados nos outros países que experimentarem desvalorizações internas (Irlanda, Grécia, Letónia e Islândia, esta última registou também desvalorização cambial).
A principal conclusão era a de que Portugal só está a iniciar a sua fase descendente. Uma segunda reflexão importante, partilhada por João César das Neves e Pedro Rodrigues, é a de que Portugal não deverá sofrer um ajustamento com a mesma violência. Finalmente, explicava-se a desvalorização interna, e fazia-se uma comparação com as restantes economias, para um conclusão incipiente:a Islândia, que optou por uma desvalorização cambial, teria conseguido, apesar de tudo, um bom resultado. Especialmente se comparada, por exemplo, com a Letónia, que podia desvalorizar o câmbio, mas não o fez.
Um estudo publicado por Zslot Darvas, no Bruegel, analisa de forma profunda e mais abrangente os casos da Irlanda, Letónia e Islândia – os países das grandes crises bancárias, para concluir que a Islândia escolher o “mix de política correcto”, de onde se destaca a desvalorização cambial e resolução imediata de bancos faltosos.
7.600.000.000.000 em dívida pública num só ano
Há números que de facto contam. Este ano, apenas em dívida que chega à maturidade, as maiores economias do mundo vão precisar de 7,6 biliões de dólares (triliões em métrica anglosaxónica). Deste montante, três biliões vão para o Japão e 2,8 biliões para os EUA. França, Alemanha e Itália somam mais de um bilião. A este montante juntar-se-ão os défices orçamentais do ano, vincam analistas ouvidos pela Bloomberg.
Portugal está relativamente protegido devido à assistência internacional. Mas a Zona Euro, como um todo, somando défices e refinanciamentos, precisa de 1,56 biliões de euros… ou 2.000.000.000.000 de dólares: